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Prodígio da Baixada mira UFC

Sofia Azevedo tem 12 anos e 62 medalhas de ouro | Foto: Divulgação

Por Pedro Sobreiro

Cria da Baixada Fluminense, a jovem Sofia Azevedo, de 12 anos, deu seus primeiros passos no jiu-jitsu no projeto social do Mestre Onil, em Belford Roxo, em 2018. Na época, ela tinha apenas sete anos. Não demorou para que ela fosse indicada para a academia Gfteam. Agora, seis anos depois, o Prodígio da Baixada desponta como uma das grandes promessas da luta brasileira, com 62 medalhas de ouro conquistadas nos tatames do jiu-jitsu e na luta livre.

Atual número 1 do ranking mundial IBJFF (infanto-juvenil, até 52 kg) e do ranking mundial grappling (médio, meio-pesado e pesado), Sofia foi ao pódio em competições como o Mundial de Abu Dhabi (ouro em 2022); o Sul-Americano IBJJF (ouro em 2022 e 2024); o Mundial ADCC (ouro em 2023); o Mundial Newbreed (ouro em 2023); o Brasileiro CBJJ (ouro em 2022); além da medalha de prata no Campeonato Europeu (2023), disputado na Irlanda; e da medalha de bronze no Pan-Americano Kids (2023), disputado em Orlando (EUA), entre outras conquistas no Brasil e mundo afora.

Para poder brilhar nos tatames, Sofia Azevedo conta com o apoio e cobrança da família, que se orgulha muito de seu desempenho escolar, e conta com uma equipe multidisciplinar, formada por médico do esporte, fisioterapeuta, nutricionista, massoterapeuta, psicólogo, dentista e profissional de educação física, além de professores de jiu-jitsu e luta livre. Esse time é bancado por meio de recursos de apoiadores, como a Secretaria de Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro; a madeireira Flaviense GMAD; e o empresário Francisco Soares Brandão, por intermédio de patrocínio oferecido pela Equipe Santo Antônio.

Porém, para conseguir competir internacionalmente, Sofia precisa de apoio financeiro. Em 2023, ela começou a vender doces na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para poder viajar para o Pan Kids e o Campeonato Europeu. Infelizmente, o dinheiro arrecadado não foi o bastante para levá-la ao Mundial de jiu-jitsu de Abu Dhabi 2023, onde ela já havia conquistado o ouro em 2022.

"Mesmo ainda muito jovem, olho para trás e percebo o quanto evolui esportivamente nos últimos anos. Isso não seria possível sem o apoio de tanta gente que agora está apostando no meu potencial e acredita que ainda tenho muita coisa a conquistar", diz Sofia, destacando o sonho de chegar ao UFC e abrir um projeto social que seja capaz de oferecer oportunidades para crianças e jovens nos esportes.

Mas, para que esse sonho se torne realidade, Sofia seguirá se dedicando a sua rotina de estudos, treinamento e busca por patrocinadores.

"Amo o jiu-jitsu e a luta livre, e meu objetivo é continuar me dedicando muito aos treinamentos e seguindo os conselhos que recebo dos meus pais e da equipe que tem me acompanhado. Os bons resultados que venho alcançando me motivam ainda mais a lutar pelos meus sonhos. Ser esportista no Brasil não é fácil, mas desistir não faz parte da minha vida e da vida dos meus pais", diz a jovem campeã.