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Dez anos depois, Brasil é o destino

Por Pedro Sobreiro

Esta quarta-feira (12) marca o aniversário dos 10 anos do início da Copa do Mundo FIFA 2014, realizada no Brasil. O evento foi recheado de polêmicas e denúncias de corrupção, mas também foi responsável pela reforma ou construção de 12 estádios, que, uma década depois, participam diretamente no aumento da média de público nas partidas de futebol do Brasil.

Dez anos após o torneio, é curioso ver como o ciclo daquela geração se aproxima do fim e quantos jogadores que atuaram naquele mundial pela Seleção Brasileira estão de volta ao futebol brasileiro ou já se aposentaram.

No caso dos goleiros, Julio César e Jefferson, ídolos de Flamengo e Botafogo, respectivamente, já penduraram as luvas. O mesmo com o goleiro Victor, ídolo do Atlético-MG, que hoje é dirigente do clube.

No esquema defensivo, o lateral-direito Maicon está aposentado e teve uma última passagem pelo Avaí, assim como o lateral-esquerdo Maxwell, que se aposentou e chegou a integrar a diretoria do PSG. Os laterais titulares, porém, vivem momentos mais intensos. Marcelo retornou ao Fluminense em 2023 e se sagrou campeão da Libertadores. Já Daniel Alves está proibido de se envolver com o futebol, enquanto aguarda novo julgamento por condenação por estupro. Antes, ele voltou ao Brasil em 2019, onde foi contratado a peso de ouro pelo São Paulo.

O caso da zaga é interessante, porque Thiago Silva retornou ao Fluminense este ano, após uma passagem histórica pelo Chelsea, onde conquistou a Champions League. Já David Luiz voltou ao Brasil em 2021. Junto ao Flamengo, conquistou uma Libertadores e uma Copa do Brasil. O zagueiro Henrique, grande surpresa da convocação, teve uma passagem breve pela Europa e retornou ao Brasil pouco tempo depois. Ele foi rebaixado com o Coritiba em 2023 e está sem clube no momento. Já o Dante, marcado pela frase "ele conhece os alemães", deu sequência a sua bela carreira na Alemanha e hoje, aos 40 anos, defende o Nice, da França.

No meio de campo, o volante Luiz Gustavo também fez bela carreira na Europa e, aos 36 anos, hoje defende o São Paulo. O mesmo acontece com Fernadinho, que se tornou ídolo do Manchester City e voltou ao Athletico-PR em 2022, levando o clube ao vice-campeonato da Libertadores. O volante Paulinho fez carreira no Barcelona, no Tottenham e no futebo chinês, mas voltou ao Corinthians em 2022. Ele foi dispensado pela diretoria no último mês e está sem clube. Por fim, o volante Ramires, queridinho de Felipão, está aposentado, mas voltou ao Brasil em 2019 e foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil com o Palmeiras em 2020.

Os meias já vivem momentos distintos. Oscar, autor do único gol contra a Alemanha, se destacou no Chelsea, mas aceitou uma proposta milionária do futebol chinês no auge de sua carreira e está lá desde então. Aos 32 anos, ele é sonho de consumo de times como Flamengo, São Paulo e Vasco. Aos 35 anos, o 'motorzinho' Willian retornou ao Corinthians em 2021, mas a passagem durou pouco. Com direito a ameaça de morte pela torcida, ele retornou à Inglaterra e joga pelo Fullham. Hernanes, o profeta, fez bela carreira na Itália, mas retornou ao São Paulo, onde reforçou a idolatria, passou pelo Sport e se aposentou em 2022.

Por fim, os atacantes vivem fases diferentes da carreira. Fred seguiu com o Fluminense, passou por Atlético-MG e Cruzeiro, e se aposentou. O camisa 9 é dirigente do Tricolor Carioca. Jô passou por Atlético-MG e Corinthians e atualmente joga a Série B pelo Amazonas. Bernard, o 'alegria nas pernas' fez carreira sólida na Europa e retornará ao Atlético-MG neste meio do ano para formar uma dupla de ataque com outro atacante da Copa de 2014: Hulk. O fortão chegou ao Galo em 2021 e logo se tornou ídolo, liderando o time rumo a conquista do Brasileirão e da Copa do Brasil. Por fim, Neymar Jr. encaixou uma sequência espetacular pelo Barcelona, mas viu sua carreira decair com lesões ao se transferir para o PSG. Em 2023, ele chocou o mundo ao aceitar a proposta do Al-Hilal, da Arábia Saudita, por onde pouco atuou, dada uma grave lesão sofrida.

Já o técnico Felipão acumulou trabalhos no Brasil e atualmente está sem clube.

É curioso ver como a geração marcada pelo maior trauma da história da Seleção Brasileira, em muitos casos, conseguiu dar a volta por cima e encerrar a carreira se reconectando com clubes populares de seu país natal.