Do quarto à Copa do Mundo

'Cazé' falou sobre a democratização das transmissões esportivas

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Por Pedro Sobreiro

No terceiro dia do Rio2C, no Rio de Janeiro, o palco Global Stage recebeu o influenciador e empresário Casimiro Miguel, fundador da Cazé TV. Com transmissões gratuitas da Eurocopa, com direito a jogos exclusivos, a Cazé TV também se prepara para exibir os Jogos Olímpicos de Paris.

"Às vezes, para a gente que tem condição, pode parecer super comum. Eurocopa? É muito legal. Você vê em uma TV paga, você tem uma condição. Mas tem uma galera que não tem e agora vai poder ver, de graça, com a gente. E isso é muito legal. Tornar o esporte acessível a todos é muito legal", afirmou Casimiro.

Vindo de trabalhos no antigo Esporte Interativo, Cazé gravava vídeos em seu quarto para um canal de cortes na internet. Com o passar do tempo, vieram transmissões de jogos do Brasileirão, de estaduais e competições internacionais. Mas o grande ponto de virada foi a Copa do Mundo FIFA 2022, no Qatar. Foi ali que a Cazé TV nasceu e virou um fenômeno que transcende idades, já que agora é possível assistir os principais torneios esportivos do mundo pela internet e de forma gratuita. Ainda assim, ele quer manter aquele público que o acompanha desde o início sempre por perto.

"Nossa transmissão da Olimpíada vai ser histórica. A gente vai fazer do nosso jeito e vai ser demais. Tem princípios básicos que a gente tem que usar como guia, mas a gente não pode perder o nosso jeito. Na Copa do Mundo 2022 foi assim. Era ao vivo o dia inteiro e teve dia que não teve jogo. A gente entrava ao vivo jogando videogame, e tinham 200 mil pessoas acompanhando. A galera se conectou com a gente ao longo da competição e quando chegou nas quartas de final, que não tinha jogo toda hora, a galera quis saber o que a gente estava fazendo. Essa conexão com a galera é muito importante. E trazer esse pessoal para a Olimpíada, que acompanha a gente em todos os momentos, é muito especial", disse.

Mais do que as transmissões, o 'Modelo Cazé TV" aposta no bom humor e na liberdade criativa para abordar os jogadores. É mais do que só passar os jogos, eles querem saber o que os atletas têm a dizer. E a ideia foi abraçada pelos craques.

"Eu estava gravando vídeos no meu quarto há três anos e, hoje, os jogadores param para falar com a gente por vontade própria. Eles veem o logo e querem falar porque sabem que a gente não vai fazer polêmica, vai ser só jornalismo e respeito. Criou-se uma confiança. Na final do Paulistão, os jogadores do Palmeiras vieram até a gente bater papo ao vivo. O Abel Ferreira fez uma pergunta para o Endrick no nosso lounge. É muito legal ter os jogadores querendo falar e podendo falar, porque a gente quer ouvir o que eles têm a dizer", contou Cazé.

E a relação de confiança se estendeu para os patrocinadores, que bancam essas transmissões. Muitas ações são feitas acatando sugestões da própria Cazé TV.

Em um cenário de mudança, com o fortalecimento dos streamings e democratização da internet, um jovem comum conseguiu furar a bolha e levar seu bom humor e jeitão de viver para torcedores de todos os esportes e de todas as idades, revolucionando as transmissões esportivas.