Por Luciano Trindade (Folhapress)
Liderada por Lamine Yamal, de apenas 17 anos, uma geração de jovens jogadores tornou a Espanha neste domingo (14) a maior vencedora da Eurocopa. Em Berlim, na Alemanha, a Fúria impediu a Inglaterra de vencer a competição pela primeira vez e conquistou seu quarto caneco do torneio de seleções do Velho Continente.
A vitória veio com a marca espanhola nesta edição, com um ataque envolvente, um meio de campo organizado, além de segurança defensiva. Um tripé fundamental para o triunfo por 2 a 1.
Foi uma dolorida derrota para a Inglaterra, especialmente para Harry Kane, 30, que mais uma vez falhou em sua busca pelo primeiro título de sua carreira. O principal artilheiro da história da seleção inglesa, com 65 gols, amargou outro vice na Euro. Na edição passada, os ingleses perderam na final para a Itália.
Desta vez, foi uma geração de jovens talentos espanhóis, cada vez mais madura, que impediram a Inglaterra de se tornar a 11ª equipe diferente a levar o troféu.
Espanha e Inglaterra fizeram um primeiro tempo bastante equilibrado e com poucas chances de gols. As duas equipes tiveram apenas uma finalização certa cada uma. Ainda no intervalo, porém, a Espanha teve uma baixa importante. Rodri, destaque do meio de campo, precisou ser substituído por lesão. Zubimendi entrou no lugar do volante.
Antes que a equipe sentisse falta do camisa 16, no entanto, os garotos começaram a resolver. A Fúria abriu o placar logo no início do etapa final, quando Yamal invadiu a área e serviu Nico Williams, 22, que bateu cruzado para fazer 1 a 0 no primeiro minuto do segundo tempo.
A Inglaterra ainda conseguiu buscar o empate, com Palmer, aos 28, mas Oyarzabal marcou o gol do título na reta final, aos 41 minutos, fechando a conta e corando a evolução dos jovens da Fúria.
Os garotos espanhóis foram ganhando maturidade ao longo da competição. Prova importante disso foi a semifinal com a França, quando eles não se intimidaram mesmo com os atuais vice-campeões mundiais saindo na frente. A Fúria foi buscar a virada com o golaço de Yamine Lamal e depois com Dani Olmo, com a ajuda de Jules Kounde.
Além de Dani Olmo e Lamine Yamal, Cucurella, Nacho e Nico Williams dão velocidade e habilidade no setor ofensivo, que fazem a seleção espanhola temr o futebol mais atraente neste momento entre as equipes europeias.
Melhor ataque da Eurocopa, a Espanha tem em sua força ofensiva seu grande diferencial. Mas para decidir os lances no último terço, o time tem conceitos interessantes de um técnico ainda considerado promissor, Luis De La Fuente, 63.
Apesar de não ter um currículo com experiência em grandes equipes --seus principais trabalhos pré-seleção foram no Alavés e no Bilbao--, ele teve facilidade para fazer o atual plantel entender suas ideias, pois trabalhou com muitos deles quando iniciou sua trajetória na Federação Espanhola de Futebol treinandos as equipes sub-23, sub-21 e sub-19.
Dos 26 jogadores da Espanha nesta Euro-2024, seis fizeram parte de uma ou mais campanhas vitoriosas lideradas pelo técnico na base: Dani Olmo, Fabián Ruiz, Merino, Oyarzabal, Rodri e Unai Simón.
Parte do atual sucesso, porém, ainda é herança do ex-treinador da Fúria Luis Enrique, embora com uma versão melhorada, com adaptações para tornar o time mais competitivo, como um toque de bola mais objetivo, além de também usar o contra-ataque como arma.
Coletivamente funcionando bem, com conceitos bem executados pelos jogadores, e com destaques individuais que desequilibram, a Espanha se tornou a sensação do futebol de seleções na Europa e conquistou o título deste domingo (14) com justiça.
Foi o segundo troféu recente do país, também campeão da Liga das Nações da Uefa 2022-23.