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Federações questionam segurança dos EUA

A entidade que reúne todas as federações internacionais de modalidades olímpicas (Fifa, FIVB, World Athletics, etc) divulgou carta questionando a capacidade dos EUA organizarem eventos seguros para todos.

A preocupação não tem a ver com a violência na final da Copa América de futebol masculino, em Miami, mas com uma investigação criminal que está sendo conduzida nos EUA e que tem como alvo a Wada, Agência Mundial Antidoping.

Em resumo, o problema é que dirigentes e atletas podem ser presos ao pisar nos Estados Unidos para participar de um evento esportivo se a Justiça daquele país entender que os EUA foram lesados em qualquer caso de doping. Mesmo quando o sistema internacional entende que não houve doping.

"A investigação criminal sobre um caso antidoping em solo estrangeiro e a posição recente da Agência Antidoping dos EUA ameaçam minar o papel e a independência da Wada e, por extensão, a confiança no sistema global antidoping e a autonomia das regras e regulamentos esportivos", disse a associação das federações internacionais, a ASOIF.

Em 2020, na esteira das denúncias de doping praticados pela Rússia, o Congresso dos EUA aprovou e o então presidente Donald Trump sancionou lei que permite aos EUA julgar, condenar e prender quem cometer doping em qualquer lugar do mundo em qualquer tipo de correlação com os EUA. Por exemplo: quem se dopar e competir contra um norte-americano.

Agora, o FBI investiga o suposto doping de 23 nadadores chineses às vésperas de Tóquio-2020. Eles testaram positivo e convenceram a agência antidoping da China que foram contaminados pela carne do hotel.

Por Demétrio Vecchioli (Folhapress)