Bruna faz história em Paris
Bruna Alexandre virou atleta Olímpica e Paralímpica no mesmo ano
Na noite da quarta (28), a mesa-tenista Bruna Alexandre, 29, publicou no Instagram uma foto de um bebê sem o braço direito: ela mesma.
"Esse foi o dia em que amputaram o meu braço", escreveu na legenda. "Mas faz lembrar que os sonhos de Deus jamais vão morrer, porque é em cenários de perda que Ele faz nascer vencedores." Ela teve o braço amputado devido a uma trombose, provocada por uma injeção mal aplicada.
Na quinta (29), Bruna se tornou a primeira atleta brasileira, homem ou mulher, a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no mesmo ano. Ao lado de Paulo Salmin, Bruna derrotou os suecos Jonas Hansson e Anja Händén por 3 games a 0 (11/1, 11/4 e 11/8), na Arena Paris Sud, nas oitavas de final de duplas mistas, categoria XD17.
Bruna já tem três medalhas paralímpicas: bronze individual e prata por equipes nos Jogos Rio, em 2016, e prata individual em Tóquio, em 2021. Nas Paralimpíadas, ela compete na classe 10, para os jogadores que têm maior agilidade e jogam em pé.
Em Paris, ela participou pela primeira vez dos Jogos Olímpicos, pela equipe feminina, eliminada nas oitavas de final pela Coreia do Sul.
Antes de Bruna, um atleta brasileiro já havia competido nas duas edições, porém em Jogos diferentes: Nilton Alonço, o Gauchinho, timoneiro do remo brasileiro nos Jogos de Montreal-1976, Los Angeles-1984 e Seul-1988. Alonço, que morreu no ano passado depois de um AVC, disputou as Paralimpíadas de Pequim-2008.
Segundo o site oficial do COI (Comitê Olímpico Internacional), a primeira atleta a competir no mesmo ano nos dois Jogos foi a italiana Paola Fantato, no tiro com arco, que teve poliomielite aos oito anos.