Por Eduardo Ohata (Folhapress)
Morreu na quinta (24) aos 66 anos Adilson "Maguila" Rodrigues, maior boxeador peso-pesado do Brasil e um dos principais da América do Sul. Ele vinha sofrendo de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013, e procurava minimizar os sintomas com um tratamento a base de canabidiol.
Maguila não chegou à disputa de um dos principais cinturões mundiais --embora tenha conquistado o irrelevante título da Federação Mundial de Boxe-, mas, quando se fala de carisma, teve poucos rivais entre atletas brasileiros.
Por seu tamanho, logo que chegou a São Paulo, onde moravam alguns de seus irmãos, Maguila foi aconselhado a tentar a sorte no boxe.
Foi rejeitado algumas vezes em outros locais até finalmente ter uma chance ao ser acolhido na academia do BCN, comandada por Ralf Zumbano, tio do ex-campeão Eder Jofre.
Após uma curta carreira no amadorismo, onde em termos regionais não encontrou rivais à altura, passou ao profissionalismo em fevereiro de 1983. Após um início arrasador - foi campeão brasileiro em sua quarta luta e o sul-americano na 11ª-, sofreu dois reveses em 1985. Maguila se vingou das duas derrotas, com dois nocautes.
Maguila entrou em rota de colisão com o ex-campeão cruzador Evander Holyfield, o primeiro do ranking, em 1989, nos EUA, mas perdeu por nocaute. No ano seguinte, ele enfrentou o ex-campeão George Foreman. Um novo nocaute no segundo assalto decretou o fim da carreira do brasileiro como candidato a disputa de título.
O cartel profissional de Maguila, que se estendeu de 83 a 2000, inclui 77 vitórias, 61 nocautes, 7 derrotas e 1 empate.
