Por André Fontenelle (Folhapress)
A noite em que se esperava a consagração de Vinicius Junior se transformou em uma grande saia-justa. Contrariando as expectativas, a Bola de Ouro, prêmio da revista France Football para o melhor jogador do mundo na temporada, foi para o meio-campista espanhol Rodrigo Hernández, ou Rodri, do Manchester City, não para o atacante brasileiro do Real Madrid.
O clube fretou um avião para levar uma delegação de 50 pessoas a Paris, para a cerimônia de entrega do troféu no Châtelet, um teatro histórico do século 19 à beira do rio Sena. Seis horas antes do início do evento, porém, surgiu a notícia de que o avião não decolaria da pista do aeroporto de Barajas. O Real Madrid cancelou a ida, noticiaram quase simultaneamente a rádio francesa RMC, o jornal esportivo espanhol Marca e o bem relacionado jornalista italiano Fabrizio Romano. Minutos depois, o estafe de Vinicius Junior confirmou a informação à Folha. O motivo: a notícia de que o vencedor seria Rodri.
Os organizadores da premiação quiseram, neste ano, manter sigilo até a última hora, à maneira do Oscar. O costume, no caso da Bola de Ouro, sempre foi avisar o vencedor com antecedência, para garantir sua presença em Paris, em uma segunda-feira, em plena temporada de competição. Isso sempre levou ao inevitável vazamento da informação, tirando o efeito surpresa.
O Real Madrid encarou a vitória de Rodri como um tapa da UEFA, a confederação europeia, copatrocinadora do troféu.
O prêmio leva em conta o período oficial da temporada europeia, entre 1º de agosto e 31 de julho. Nesse período, Rodri conquistou o Campeonato Inglês e o Mundial de Clubes, além da Eurocopa com a seleção espanhola; Vinicius Junior, a liga espanhola e a Champions League.
Na chegada ao tapete vermelho, Rodri foi vaiado.