Silêncio de Bruno Tolentino
Tio de Paquetá ganha habeas corpus no STF para ficar em silêncio
Por Igor Siqueira, Rodrigo Mattos e Thiago Arantes (Folhapress)
Bruno Tolentino, tio do meia Lucas Paquetá, conseguiu um habeas corpus no STF que dá a ele o direito de ficar em silêncio no depoimento à CPI das Apostas, no Senado. A decisão favorável a Bruno Tolentino foi concedida pelo ministro Nunes Marques. A defesa argumentou que o depoimento de Bruno Tolentino, na verdade, não seria apenas como testemunha, mas como "coinvestigado".
Bruno foi convocado, e por isso é obrigado a comparecer. A convocação se deu após o UOL mostrar que ele e o filho, Yan, fizeram depósitos totalizando R$ 40 mil na conta do atacante Luiz Henrique, à época no Bétis. O jogador atualmente defende o Botafogo.
O tio de Paquetá admitiu os depósitos e disse que não se tratava de algo relacionado a apostas e, sim, o pagamento de empréstimo. Tolentino disse que já apostou em eventos de Luiz Henrique e do próprio sobrinho, mas sem informação privilegiada.
Em face do exposto, concedo, em parte, a ordem de habeas corpus para garantir ao paciente: o direito ao silêncio, a não assumir o compromisso de falar a verdade (em razão da condição de investigado e não de testemunha), à assistência de advogado e a não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do exercício desses direitos. Nunes Marques, ministro do STF
A decisão segue entendimentos recentes da Suprema Corte. Há medidas em vigor, inclusive, com outros dois convocados pela CPI, a influenciadora Deolane Bezerra e o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho.
Deolane e Darwin foram convocados na terça (29). Já Bruno Tolentino, e o próprio Paquetá, estão agendados para a reunião de quarta-feira (30).