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MPF investiga ação da CBF

Por Italo Nogueira (Folhapress)

O Ministério Público Federal instaurou inquérito civil para apurar a atuação da CBF frente ao caso de racismo contra o jogador Luighi, do Palmeiras, durante a Libertadores sub-20 e sobre as fala do presidente da Conmebol, Alejandro Domingues, que afirmou que a competição sem os brasileiros é como "Tarzan sem Chita".

O procedimento visa também apurar as medidas concretas adotadas tanto pela CBF como pelo Ministério dos Esportes para coibir o racismo no futebol. O inquérito foi instaurado após pedido da Jus Racial para apurar responsabilidade civil por omissão da CBF no episódio contra Luighi durante partida contra Cerro Porteño, no Paraguai. A entidade, que reúne especialistas em justiça racial, avaliou ter ocorrido negligência da entidade.

Logo após o episódio, ocorrido no dia 6 de março, a CBF emitiu nota de repúdio e afirmou que iria cobrar punições rígidas. A Conmebol determinou no domingo (9) que o Cerro Porteño dispute com os portões fechados as próximas partidas da edição de 2025 da Libertadores Sub-20.

Procurada, a CBF e o ministério não comentaram a instauração do inquérito.

A Jus Brasil afirma que a CBF não apresentou defesa técnica do atleta por não ter feito impugnação formal contra a falta de punição ao árbitro por não ter interrompido a partida, como prescreve normas da Conmebol. Também não teria questionado, segundo a entidade, o valor da multa imposta, de R$ 288,4 mil.

Menos de duas semanas depois, Alejandro Domingues fez comentário com teor racista ao ser questionado sobre a possibilidade da Libertadores ser disputada sem clubes brasileiros. A sugestão foi feita pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

"Seria como o Tarzan sem Chita. Impossível", disse ele. Chita é uma personagem chimpanzé que acompanha o herói Tarzan em aventuras na floresta.

Domínguez pediu desculpas pelas declarações na terça-feira (18) em nota publicada em suas redes sociais.