Por Constança Rezende (Folhapress)
Diálogos obtidos pela Polícia Federal entre o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e seu irmão, Wander Nunes Pinto Junior, indicam um suposto esquema para combinar o recebimento de cartão amarelo para obter lucro em apostas.
Ambos foram indiciados, na última segunda-feira (14), sob suspeita de fraude em competição esportiva.
Uma das trocas de mensagens, segundo a PF, indica que Bruno Henrique teria passado a Wander informações antecipadas sobre o recebimento de um cartão amarelo pelo atleta na partida disputada entre Flamengo e Santos, no início de novembro de 2023, no Campeonato Brasileiro.
Para a polícia, chamou atenção o trecho em que Bruno Henrique, questionado por Wander se aguentaria ficar até a data da partida sem receber um cartão, responde que não iria reclamar e só receberia cartão caso "entrasse forte em alguém". Diante disso, Wander responde informando que iria "guardar dinheiro", supostamente para realizar a aposta fraudulenta e ainda afirma que seria um "investimento com sucesso".
Nos diálogos anexados pela PF no processo, de agosto de 2023, Wander pergunta se o jogador está com dois cartões no campeonato, ao que este responde "sim". Wander segue: "Quando o pessoal mandar tomar o 3 liga nós hein kkkk". Bruno responde: "Contra o Santos". Wander se refere nas mensagens à data de "29 de outubro", acrescentando "Será que você vai aguentar ficar até lá sem cartão kkkkkk", ao que o jogador responde: "Não vou reclamar", "Só se eu entrar forte em alguém". Em seguida, o irmão do jogador fala: "Boua já vou guardar o dinheiro investimento com sucesso".
Além do jogador do Flamengo, o irmão Wander e outras oito pessoas foram indiciadas. No grupo está a mulher do irmão, Ludymilla Araujo Lima, e uma prima do atleta, chamada Poliana Ester Nunes Cardoso. Os três teriam feito apostas relacionadas ao cartão, em jogo contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023.