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Haitianos reféns de gangues um ano após terremoto

Por: Flávia Mantovani (FP)

Exatamente um ano atrás, o Haiti foi sacudido por mais um terremoto dos vários que já atingiram o país, situado sobre uma complexa rede de placas tectônicas e falhas geológicas. Além de ser o mais mortal desde o catastrófico terremoto de 2010 -foram mais de 2.100 mortos e outros milhares de feridos e desabrigados-, o sismo de 2021 pegou o país caribenho em um momento especialmente conturbado.

Um acúmulo de mazelas que incluiu a pandemia de covid, a passagem de ciclones tropicais, crise política que causou o assassinato do presidente, a escassez de combustíveis e de eletricidade e o recrudescimento de conflitos entre gangues tornaram o Haiti um lugar extremamente perigoso.

É o que o chefe da OEA (Organização dos Estados Americanos) chamou de "pior dos mundos", no último dia 8 em autocrítica à comunidade internacional.

Segundo a nota do secretário-geral Luis Almagro, esse quadro é "resultado direto das ações das forças endógenas do país e da comunidade internacional", cuja presença por 20 anos "não foi capaz de facilitar a construção de uma única instituição" e foi "um dos fracassos mais fortes e manifestos já implementados" na cooperação externa.

A comunidade internacional se retirou do Haiti, continua Almagro, deixando para trás "caos, destruição, violência", e hoje "tenta fazer acreditar que uma solução completamente endógena pode prosperar".

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