Educação ambiental no Estado
Neste domingo (24), o Projeto Albatroz inaugurou o seu primeiro Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, que ficará aberto gratuitamente de quinta-feira a domingo, das 11h às 18h, para os moradores das comunidades do entorno. Para turistas, será cobrada taxa de R$ 15.
O evento contou com participação de artistas e expositores locais, atividades de educação ambiental e concerto da Orquestra Petrobras Sinfônica.
"A ideia é que o centro seja a casa das comunidades do entorno e que as pessoas se sintam apropriadas pelo processo", disse Tatiana.
Os moradores serão cadastrados para ter acesso gratuito ao Centro de Visitação. O Projeto Albatroz vai dar acesso gratuito para estudantes das escolas públicas municipais, que já recebem o Programa Albatroz nas Escolas, em parceria com as secretarias municipais de Educação. "A gente vai trazer as crianças para dentro do centro também. A nossa premissa básica é dar oportunidade de conhecimento para as crianças que, muitas vezes, não têm", explicou.
Centro de visitação
"O centro tem pavilhões de exposição, áreas ao ar livre, uma trilha de mangue, onde tem placas mostrando as espécies de Caranguejo Uçá, do Guaiamu. É uma sala de aula ao ar livre, onde as pessoas podem vivenciar um pouco a natureza", informou Tatiana.
No final da trilha, se vê a Lagoa de Araruama. Em um píer de observação, os visitantes podem acompanhar as aves que se alimentam nos bancos de areia, bem próximos da área. "As pessoas vão conseguir avistar as aves, sem alterar o seu comportamento. São aves migradoras de vários locais e residentes na nossa região também".
Há também um centro informativo logo no início do projeto. Na calçada dos ecossistemas, há painéis que vão mostrando a sucessão de ecossistemas marinho e costeiro. O primeiro pavilhão foi denominado Oceano e reúne espécies marinhas de alto-mar, como os albatrozes. No local, há uma reprodução da Ilha Geórgia do Sul, que é um dos locais mais importantes de reprodução de albatrozes, que fica na região subantártica, e a réplica de um casal dessas aves em tamanho real, no ninho, em um cenário que reproduz o local onde eles se reproduzem. Há também uma ossada completa de uma baleia jubarte, montada e suspensa.
Tatiana informou que essa é a segunda ossada de baleia jubarte existente no Rio de Janeiro. A primeira está no AquaRio, na Praça Mauá, região portuária da capital fluminense. "É a nossa cereja do bolo".
No centro há informações também de vários outros projetos, como o Meros do Brasil; o Golfinho Rotador, de Fernando de Noronha; o Coral Vivo; as Tartarugas Marinhas. "É um espaço em que a gente fala de todos esses animais, ícones do oceano. A gente está na década do oceano, decretada pela Organização das Nações Unidas e que vai acontecer entre 2021 e 2030".
O espaço está integrado à questão da cultura oceânica, com o objetivo de trazer essa cultura para as comunidades que vivem do mar e para o mar, explicou Tatiana.
Projeto Albatroz
O último espaço do Centro de Visitação trata do Projeto Albatroz, abordando sua biologia e características. O Albatroz é uma ave que começa a se reproduzir com 10 anos a 11 anos de idade, são monogâmicas, e dependendo da espécie, podem colocar um único ovo a cada 2 anos, dedicando-se exclusivamente aos seus cuidados por cerca de 1 ano até que o filhote esteja pronto para viver de forma independente.
"São o nosso objeto de trabalho, porque eles sofrem algumas ameaças importantes, como a captura na pesca de espinhel, ou pesca de alto-mar, além do descarte de plásticos nos oceanos. O espinhel consiste em um aparelho de pesca que utiliza iscas para a atração dos peixes. As iscas mais usadas são a sardinha, cavalinha e lula.
O Projeto Albatroz nasceu em 1990, visando entender como acontece a interação entre as aves e os barcos de pesca, de modo a reduzir essa captura, que não é positiva nem para os albatrozes, nem para os pescadores. "Os pescadores querem pescar peixe no alto-mar e acabam capturando os albatrozes. É prejuízo para todo mundo. Por isso, a Petrobras nos patrocina desde 2006, por meio de edital público", explica Tatiana.
O Centro de Visitação abriga também um playground para crianças, lanchonete e loja. "É um espaço agradável, onde os visitantes vão poder curtir a natureza e aprender também".