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Otan: munição está no fim

Foi destacada a parceria entre município e a empresa na formatação de projetos | Foto: Márcio Siqueira

A Otan alertou ontem que os estoques de munição usados pela aliança para manter o esforço de guerra da Ucrânia contra a Rússia estão acabando. "O fundo do barril já está visível", afirmou o almirante holandês Rob Bauer, mais alta autoridade militar do grupo.

Ele disse, em discurso no Fórum de Segurança de Varsóvia, que os governos de países integrantes da Otan precisam "elevar a produção muito mais rapidamente", e que o ritmo atual reflete os anos de relativa paz do pós-Guerra Fria.

Hoje, analistas estimam que quase a totalidade dos disparos de artilharia feitos por Kiev contra os invasores russos são de origem ocidental, dado que os estoques de material soviético da Ucrânia foram quase todos empregados desde o começo da invasão, em fevereiro de 2022.

Os Estados Unidos dizem ter enviado dois milhões de obuses de 155 mm, o padrão usado pela Otan, para o governo de Volodimir Zelenski. O Reino Unido, outro integrante central da Otan, afirmou ter doado 300 mil até aqui.

Por motivos de segurança nacional, ninguém divulga exatamente seu arsenal disponível, mas a fala de Bauer vai ao encontro de pedidos por mais produção bélica, principalmente nos países europeus com tal capacidade na aliança —que reúne 29 nações do continente, além de Canadá e EUA.

A meta de gasto militar da aliança é de 2%, mas em 2022 apenas seis de seus membros ultrapassavam esse nível. O dado deverá mudar neste ano, com os crescentes anúncios de investimentos militares devido à percepção de risco provocada pela guerra —que levou a Finlândia, já aceita na Otan, e a Suécia, ainda na fila, a abandonarem posições históricas de neutralidade.

"Se não vamos gastar 2% com defesa agora, com uma guerra na Europa, quando iremos?", questionou, no fórum, o ministro da Defesa britânicos, James Heappey. Os estoques militares ocidentais "estão parecendo um pouco magros", afirmou.

A Ucrânia diz ter recebido o equivalente a R$ 500 bilhões em ajuda militar direta até o fim de julho.

Por; Igor Gielow/ Folhapress

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