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Morre o jornalista e escritor Sérgio Cabral, aos 87 anos

Sérgio Cabral Filho com o pai, seu exemplo de pessoa | Foto: Reprodução/ Instagram

O Estado do Rio de Janeiro — e o Brasil — perde um grande nome do jornalismo e da política: Sérgio Cabral, pai do nosso colunista Sérgio Cabral Filho, que confirmou a morte em suas redes sociais. Cabral Pai estava lutando contra o Alzheimer e estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea. O velório será na Sede Náutica do Vasco, time de coração de Sérgio Cabral, na Lagoa e a cremação será restrita para a família.

"Meu pai acabou de falecer no hospital, resistiu três meses e peço a vocês que orem por ele, pela alma dele. Tudo que ele fez no Rio de Janeiro, no Brasil, na música, pelo futebol, o que ele fez com a família linda que ele construiu, nos ensinou a ser vascaínos, amar a música, rejeitar o preconceito e amar o Rio. Então, divido com vocês essa dor da perda de meu pai", disse nosso colunista no instagram.

Cabral iniciou a carreira jornalística no "Diário da Noite". Depois, passou pelo "A Última Hora" e foi um dos fundadores da revista "O Pasquim". Seu dom pelas letras o fez também compositor de alguns livros, como "No tempo do Almirante", "No tempo de Ari Barroso", "Elisete Cardoso, vida e obra", "Pixinguinha, vida e obra" e "Antonio Carlos Jobim, uma biografia".

Como produtor musical, foi autor de algumas canções, como "Velha Guarda da Portela", "Janelas Azuis, "Visgo da Jaca", "Meninos da Mangueira". Além disso, foi político, exercendo três mandatos como vereador no Rio entre 1983 a 1993, e conselheiro do Tribunal de Contas do Município.

O presidente Lula emitiu a seguinte nota de pesar: "Jornalista, escritor, compositor e pesquisador da música brasileira, Sergio Cabral escreveu uma página importante da cultura do país.

De suas mãos saíram biografias de Pixinguinha, Nara Leão, Eliseth Cardoso, Ary Barroso e Ataulfo Alves e grandes musicais no teatro que exaltavam a música popular e o samba, patrimônio cultural brasileiro. Sua irreverência chegou ao combate à ditadura, como um dos criadores do Pasquim.

Grande companheiro de tantas lutas, Cabral era vascaíno, carioca de Cascadura, e deixa um legado marcante para as gerações brasileiras. Meus sentimentos à sua família, os inúmeros amigos e admiradores".