Polícia Militar ultrapassa a marca de 600 fuzis apreendidos

Grande parte está concentrada em regiões onde há disputa por território entre facções criminosas rivais

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A Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro ultrapassou, nesta quarta-feira (04), a marca de 600 fuzis apreendidos em todo o território fluminense em 2024. Até as de hoje, 603 armamentos de guerra foram retirados das mãos de criminosos pelas unidades da Polícia Militar. O número é superior ao recorde de apreensões desse tipo de armamento até então registrado em 2019, quando 505 fuzis foram apreendidos pela corporação.

"É um número impressionante, que mostra o poderio bélico dos criminosos e o cenário em que nossos bravos policiais atuam diariamente. O Rio não produz fuzis. Vamos continuar cobrando do governo federal uma atuação mais rigorosa em nossas divisas e fronteiras para impedir que essas armas com alto poder de letalidade continuem entrando em nosso estado", ressaltou o governador Cláudio Castro, lembrando que o governo do estado instituiu uma premiação para os policiais pela apreensão de fuzis e já pagou R$ 2,5 milhões em bônus.

A apreensão mais recente ocorreu na manhã desta quarta-feira (04/12), durante uma ação do 39° BPM (Belford Roxo), na Baixada Fluminense. De acordo com o comando da unidade, o armamento, que é do modelo Colt M4 cal 5.56, foi abandonado após uma tentativa de abordagem a um grupo de homens suspeitos de roubar automóveis, na região de Santa Tereza.

O número também superou o total de apreensões do ano de 2023, quando a Polícia Militar totalizou 492 apreensões desse tipo de armamento. Somente no mês de agosto, foram 78 fuzis, o que equivale a dois fuzis por dia.

Estudo realizado pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Polícia Militar aponta que mais de 90% dessas armas são fabricadas em outros países. Em grande parte as apreensões estão concentradas nas Áreas Integradas de Segurança Pública das regiões onde há disputa por território travada por facções criminosas rivais, como as regiões do Complexo do Chapadão, Vila Kennedy, Jacarepaguá e Campinho.

O 41° BPM (Irajá), responsável pelo patrulhamento nas comunidades do Complexo da Pedreira, Chapadão, Colégio e Acari é a unidade operacional com o maior número de apreensões (99 fuzis). Em seguida aparece o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), que atua em todo o território estadual com ações estratégicas que exigem o emprego de uma tropa treinada para atuar em áreas conflagradas.

"A Polícia Militar não medirá esforços e seguirá trabalhando para retirar das ruas esses criminosos e suas armas de guerra. A apreensão de tantos fuzis é um resultado significativo e demonstra o nosso compromisso em desarticular as quadrilhas e garantir e devolver a sensação de segurança para a população do nosso Estado", disse o Secretário de Estado de Polícia Militar, Marcelo de Menezes Nogueira.

Dados da Subsecretaria de Inteligência apontam ainda que muitos destes fuzis entram no país ou no estado separadas por peças e montadas por armeiros envolvidos com as organizações criminosas.