As chuvas de verão, que ocorrem durante os meses de janeiro, fevereiro e março, são velhas conhecidas da população. Sai ano, entra ano, as tempestades costumam assustar os moradores do Rio de Janeiro. Durante a semana, as fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro deixaram diversos pontos de alagamento e de registro de granizo. Mas se os temporais não podem ser evitados, ainda mais em tempos de eventos climáticos extremos, os efeitos poderiam ser minimizados. É a falta de investimento em urbanização e infraestrutura que resulta em alagamentos e até em tragédias. Fica o questionamento: se as chuvas de verão já são conhecidas, por que as cidades não se preparam para recebê-las?
"Infelizmente, no Brasil, no Rio de Janeiro, quando acontecem fortes chuvas, há uma tragédia anunciada. Isso acontece porque é necessário realizar algumas ações que, lamentavelmente, não são feitas. Existem ações preventivas de manutenção e conservação das redes pluviais, como a limpeza de bueiros, algo que deve ser feito de forma contínua. É importante que esse trabalho seja realizado, inclusive, em tempo seco, com a limpeza dessas galerias", explicou Sydnei Menezes, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro.
Para o presidente do CAU/RJ, a inércia do poder público não ocorre por falta de soluções e alternativas. Ele cita os "piscinões" da Praça da Bandeira e da Tijuca como medidas bem-sucedidas no combate às enchentes recorrentes que assolavam a região da Grande Tijuca. Esses reservatórios armazenam as águas pluviais para evitar que as redes de esgoto sejam sobrecarregadas, prevenindo alagamentos.