Do Natal até agora, o cinema brasileiro emplacou um blockbuster com 2 milhões de ingressos vendidos ("O Auto da Compadecida 2"), testemunhou a consagração de Fernanda Torres na festa do Globo de Ouro e emplacou "Ainda Estou Aqui" em listas de melhores filmes do ano de importantes associações. Se os augúrios para 2025 já estão bons, que dirá após "Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa", que estreia neste fim de semana, cumprir sua vocação de sucesso e devolver ao circuito exibidor a certeza de que uma produção nacional infantojuvenil pode peitar a concorrência estrangeira nesta temporada de férias.
Da década de 1970 até o ano de 1990, Os Trapalhões e Xuxa cumpriram bem essa função. A Rainha dos Baixinhos voltou a ocupar esse posto entre "Requebra" (1999) e "O Mistério de Feirinha" (2009), época na qual Renato Aragão (que chega aos 90 anos nesta segunda) emplacou uma série de acertos em aventuras solo de seu chapliano Didi.
Com a saída deles da telona, criou-se um hiato, vez ou outra preenchido por animações locais (vide "Arca de Noé", de Alois Di Leo e Sergio Machado) ou por franquias da Turma da Mônica, sobretudo os longas "Laços" (2019) e "Lições" (2021). É desse mesmo universo, inaugurado pelo quadrinista Mauricio de Sousa, em 1959, que brota um potencial recordista de público, salpicado de elogios em suas exibições pré-lançamento.