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Os réus do 11 de Setembro

Acusados por atentado confessaram após tortura | Foto: Reprodução

Mais de 20 anos após o 11 de Setembro de 2001, cinco homens presos em Guantánamo ainda aguardam julgamento por seu suposto envolvimento nos ataques terroristas.

Todos eles confessaram o crime em 2007 -depois de anos sob tortura. Por isso, a defesa argumenta que as declarações são inadmissíveis como prova.

O impasse poderia ser resolvido por um acordo entre as partes, em que os acusados reconheceriam a culpa em troca de prisão perpétua, em vez da pena capital. A solução vem ganhando força.

Alguns apoiam a ideia para encerrar o caso, outros exigem um julgamento que dê transparência ao que ocorreu -sobretudo ao papel do governo saudita- e leve à execução dos culpados.

Do lado da Casa Branca, um acordo também é politicamente espinhoso: que presidente quer ser lembrado como aquele que negociou com os arquitetos do ataque às Torres Gêmeas?

Na última quarta, o governo de Joe Biden já rejeitou uma lista de condições propostas pela defesa para aceitar um acordo, entre elas tratamento para distúrbios do sono, lesões cerebrais e danos gastrointestinais, que os réus afirmam ser consequência do período em que foram torturados.

Há ainda outro complicador: em agosto, uma junta médica militar avaliou que um dos acusados, em decorrência de uma doença mental, é incapaz de ir a julgamento ou fazer um acordo.

Ele teria recebido o diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático. Cabe agora ao juiz decidir se ele será separado dos demais ou se a Justiça vai aguardar o réu.

O principal acusado é o paquistanês Khalid Shaikh Mohammed, 58, apelidado de KSM. Capturado em 2003, é apontado como o idealizador do ataque -ele teria proposto o sequestro de aviões ao então líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, e supervisionado todo o planejamento da operação.

Os outros quatro réus são os sauditas Walid bin Attash, 45, e Mustafa al Hawsawi, 55, o iemenita Ramzi bin al-Shibh, 51, avaliado como incapaz pela junta médica, e o paquistanês Ammar al-Baluchi, 46.

Por; Fernanda Perrin/ Folhapress

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