Risco de guerra regional

Síria acusa Israel de atacar aeroportos, elevando o conflito

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Analistas começam a ver incerteza para o futuro

O governo da Síria acusou Israel de bombardear na quinta seus dois principais aeroportos, na capital Damasco e em Aleppo, maior cidade do país, ao norte. Segundo a TV estatal, as defesas aéreas do país estão em ação para tentar repelir mais ataques com caças.

As IDF (Forças de Defesa de Israel) ainda não confirmaram a ação, que se for real eleva o risco de uma conflagração regional na esteira do mortífero ataque do grupo terrorista palestino Hamas no sábado passado (7), que matou mais de 1.200 israelenses.

Israel ataca a Síria, ditadura liderada por Bashar al-Assad que desde 2011 está imersa em uma guerra civil, com frequência regular. Usualmente, seus alvos são comboios do Hizbullah libanês com armas vindas do vizinho Irã -tanto Teerã como os milicianos xiitas são aliados de Damasco.

A ação mais recente havia sido no dia 3 passado, e feriu dois soldados sírios em Deir Ez-Zor, no nordeste do país. Ataques mais sérios já ocorreram, com o bombardeio de posições da Guarda Revolucionária do Irã no país e de depósitos de armas químicas de Assad.

Na terça, houve troca de disparos na região das colinas de Golã, territórios sírio ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. As IDF afirmam suspeitar que o ataque foi iniciado pelo Hizbullah.

Elas acompanharam outros incidentes na fronteira norte de Israel, como um ataque com o foguete de maior alcance do Hamas contra Haifa, principal cidade costeira da região.

Mas ações contra aeroportos são diferentes, pois sugerem algo coordenado: a primeira coisa que um Exército invasor costuma fazer é destruir pistas de pouso, infraestrutura militar e energética de países alvejados.

Por: Igor Gielow (Folhapress)