Conversas por cessar-fogo

Hamas rebate Biden sobre trégua, mas negociação avança

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Retirada de civis pelo Egito seria intensificada com o acordo

Membros do alto escalão do Hamas disseram ser prematuros os comentários do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a possibilidade de um novo cessar-fogo na guerra em Gaza, contra Israel, ser anunciado na próxima semana.

Sem dar detalhes, duas figuras da facção afirmaram que há "grandes lacunas a serem superadas", ainda que tampouco tenham desmentido que um novo acordo pode ser selado.

Na última semana, delegações de Israel, EUA, Egito e Qatar estiveram em Paris para costurar um possível novo acordo, e o documento está agora sob revisão do grupo terrorista que controla Gaza. Alguns detalhes da proposta israelense começam a ser apresentados.

Também à Reuters uma pessoa familiarizada com as negociações disse que o plano enviado ao Hamas prevê um cessar-fogo de 40 dias durante o qual a facção teria de libertar cerca de 40 reféns que ainda tem sob seu controle, em troca da libertação de cerca de 400 detentos palestinos, uma proporção de 10 para 1.

Acredita-se que um desses reféns ainda sob controle do grupo seja o brasileiro-israelense Michel Nisenbaum, 59, sequestrado no último 7 de outubro. Ele é natural de Niterói, no Rio de Janeiro, e, desde a data do sequestro, sua família não tem notícias dele.

Ainda durante a vigência do suposto acordo, Israel reposicionaria suas tropas fora de áreas povoadas. Residentes de Gaza, com exceção de homens em idade de combate, seriam autorizados a retornar para suas casas em áreas que tenham sido esvaziadas, e a ajuda humanitária na fronteira com o Egito, seria intensificada.

As linhas gerais do plano não atendem a demandas que já haviam sido apresentadas antes pelo Hamas, como a de libertar 1.500 detentos palestinos.