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Fuga de 80 mil pessoas

Ofensiva de Israel obrigou esvaziamento ao sul de Gaza | Foto: Reprodução

Mais de 80 mil pessoas fugiram de Rafah desde que Israel começou a avançar, no início da semana, sobre essa cidade superlotada no sul da Faixa de Gaza, afirmou a UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos.

"As pessoas enfrentam mais um deslocamento forçado na Faixa de Gaza", escreveu o órgão na rede social X. "O impacto sobre essas famílias é insuportável. Nenhum lugar é seguro. Precisamos de um cessar-fogo agora."

A operação na região começou na última segunda-feira (6), quando Tel Aviv orientou que cerca de 100 mil pessoas saíssem da parte leste de Rafah, em um prenúncio da invasão terrestre. Na véspera, um ataque com foguetes reivindicado pelo braço armado do Hamas na passagem de Kerem Shalom, perto da cidade, havia deixado quatro soldados israelenses mortos e vários feridos.

Como retaliação, Israel fechou o posto e tomou outro, o de Rafah, deixando apenas uma passagem aberta para a entrada de ajuda humanitária a de Erez, no norte. Na quarta (8), Tel Aviv afirmou ter reaberto Kerem Shalom, mas foi contestado por organizações internacionais.

Segundo a Ocha, agência da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, nenhum caminhão com ajuda humanitária entrou no território entre segunda e quarta.

"Sem combustível, os caminhões não conseguem mover assistência humanitária crítica, as bombas de água param de funcionar e os hospitais restantes fecham. Isso acontece em um momento em que estamos correndo contra o tempo para responder às imensas necessidades humanitárias em toda a Faixa de Gaza", afirmou Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, pela rede social X, nesta quarta.

Segundo membros do Hamas e moradores, as forças israelenses concentraram tanques perto de áreas urbanas de Rafah. Na véspera, as Forças Armadas de Israel divulgaram um vídeo que mostrava dezenas de tanques cruzando a fronteira e entrando na cidade.

A ameaça de um ataque deixa a população com medo de passar por outra nakba, como ficou conhecido o êxodo de 700 mil palestinos que foram permanentemente expulsos de suas casas na criação de Israel, em 1948.