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Recorde de deslocamentos

Deslocados permanecem no país, diferente dos refugiados | Foto: Reprodução

Os conflitos em Gaza, Sudão e República Democrática do Congo aumentaram o número de deslocados internos no mundo ao recorde de 75,9 milhões no final de 2023, divulgou o Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos (IDMC, na sigla em inglês), nesta terça-feira (14).

Trata-se de um aumento de 6,8% em relação ao final de 2022, quando a ONG sediada em Genebra registrou 71,1 milhões de deslocados internos. De acordo com o relatório anual da organização, a cifra cresceu 50% nos últimos cinco anos o equivalente a um aumento de 22,6 milhões. As altas mais expressivas aconteceram em 2022 e 2023.

Ao contrário dos refugiados, que fogem para o exterior, os deslocados internos permanecem em seu país, mas são obrigados a abandonar suas casas. Segundo o IDMC, metade das pessoas nessa situação no fim de 2023 viviam na região da África subsaariana.

Os deslocamentos no Sudão, na RDC e nos Territórios Palestinos correspondem a quase dois terços dos motivados pela violência em 2023.

Esse fator, aliás, é o principal para esse tipo de deslocamento. Conflitos armados foram os motivos para fugir de 68,3 milhões dos que estavam longe de suas casas no final de 2023, o equivalente a quase 90% do total. Outros 7,7 milhões de deslocados no mesmo período haviam fugido por catástrofes naturais.

Ao longo de todo o ano, o IDMC registrou 46,9 milhões de deslocamentos forçados de pessoas: 20,5 milhões devido a conflitos e violência e 26,4 milhões por catástrofes em relação a este último número, o terceiro maior registrado ao longo de um ano desde 2014, um terço aconteceu na China e na Turquia.

"Nos últimos dois anos, constatamos um número alarmante de pessoas obrigadas a fugir das suas casas devido a conflitos e à violência, inclusive em regiões onde a tendência parecia melhorar", declarou Alexandra Bilak, diretora do IDMC. "Os conflitos e a destruição impedem que milhões de pessoas reconstruam suas vidas, muitas vezes durante anos."

O Sudão é um exemplo. O país, mergulhado em um conflito que deixou milhares de mortos em pouco mais de um ano, tem 9,1 milhões de deslocados.