É uma tarde de sol em Kiev. Uma menininha de vestido e sapatos cor-de-rosa pula e dança ao som de uma banda de jazz que toca no parque. Patinetes circulam pelas ruas, e pessoas vendem flores em balcões improvisados nas calçadas.
Nem parecia que, na madrugada de sábado, a cidade tinha sido alvo de uma onda de ataques aéreos que atingiu todo o território, na maior ofensiva do tipo desde o final de março —ao que tudo indica, uma reação da Rússia ao aval que Estados Unidos e Alemanha deram à Ucrânia para usar armas ocidentais contra alvos militares dentro do território russo.
A sensação de que a guerra é algo distante é comum na capital ucraniana, onde o sinal mais palpável de que o país vive um conflito são os incessantes blecautes, consequência da destruição da infraestrutura energética pelo exército russo.
Por: Clara Balbi (Folhapress)