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Holandês deve assumir Otan

A Hungria retirou nesta terça (18) o veto que mantinha à candidatura do premiê demissionário da Holanda, Mark Rutte, para a secretaria-geral da Otan. O pragmático político de 57 anos deverá ser o 14º chefe da aliança militar comandada pelos Estados Unidos, o 3º oriundo de seu país.

Agora, só falta a retirada da candidatura do presidente romeno, Klaus Iohannis, que gostaria de ir para Bruxelas após o fim de seu segundo mandato de cinco anos. Mas é consenso na Europa que ele seguirá os outros 31 Estados da Otan no apoio ao holandês.

O veto húngaro era mais uma artimanha do premiê Viktor Orbán, que não esconde suas simpatias por Vladimir Putin e mantém relações estreitas com a Rússia mesmo sendo da Otan e da União Europeia, para fazer valer sua vontade.

Assim como protelou por meses a aprovação da adesão da Suécia ao clube militar, Orbán usou seu poder de veto a Rutte para tirar do colega uma carta na qual ele se compromete a não obrigar a Hungria a participar de nenhum plano da aliança de enviar mais apoio à Ucrânia.

O atual secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, havia negociado na semana passada com Orbán um acordo com o premiê desobrigando os húngaros de qualquer participação em operações ou esforços relativos a Kiev. Em troca, Budapeste não iria mais vetar iniciativas nesse sentido da aliança.

É uma certa gambiarra diplomática, dado que a essência do grupo é o consenso na tomada de decisões. Orbán foi além e exigiu de Rutte uma confirmação pública de que manteria o escrito. Recebeu nesta terça uma carta e, na rede social X, declarou apoio ao holandês.

Por: Igor Gielow (Folhapress)