Maduro reeleito na Venezuela

Edmundo González, porém, contexta resultado e alega fraude

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Por Mayara Paixão (Folhapress)

O mundo e a oposição política ainda tentam compreender o que aconteceu na Venezuela, mas o ditador Nicolás Maduro já foi proclamado presidente eleito para um terceiro mandato nesta segunda-feira (29). "É irreversível", disse o líder do regime em Caracas.

Maduro se encrava no poder por mais seis anos, de 2025 a 2031. Há acusações de fraude feitas pela oposição de Edmundo González e María Corina Machado, e países como o próprio Brasil pedem que as atas eleitorais sejam divulgadas para que se possa crer nos resultados.

Após seis horas do fechamento das urnas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou na madrugada desta segunda que Maduro teria ganhado com 51,2% dos votos e que González teria reunido 44,2%. Estariam contados 80% dos votos. Nenhum detalhamento foi dado.

As porcentagens oficiais indicam que Maduro teria recebido pouco mais de 5,1 milhão de votos, enquanto González, 4,4 milhões. Estavam inscritos para votar 21 milhões de eleitores em todo o país.

González e María Corina discursaram. "Queremos dizer a todos os venezuelanos e ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito, e é Edmundo González Urrutia", disse María. "Ganhamos, e todo o mundo sabe. Ganhamos em todos os estados."

María Corina afirmou que, de acordo com as contagens da oposição, González foi vitorioso com 70% dos votos. Os opositores teriam conhecimento de 40% das atas eleitorais, diz ela, uma vez que as demais não teriam sido transmitidas pelos centros de votação.

Em sua proclamação, afirmou que há uma tentativa de golpe de Estado "de caráter fascista e contrarrevolucionário no país".

Maduro então mencionou, como o faz com frequência, líderes da ultradireita. Mencionou o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) e pejorativamente também o atual líder argentino, Javier Milei, um de seus principais conflitos diplomáticos regionais.

O calendário eleitoral proposto para esse pleito presidencial já previa a proclamação para este dia 29. Antes mesmo de o CNE anunciar os resultados, a cúpula militar venezuelana já dava declarações que falavam indiretamente em uma vitória de Maduro.