Ameaça nuclear ao Irã

EUA querem evitar que ataque de Irã a Israel vire guerra aberta

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Os Estados Unidos decidiram flexionar sua musculatura militar para tentar evitar ou ao menos conter a intensidade de um ataque do Irã a Israel, algo considerado iminente.

O Departamento de Defesa anunciou o envio de um submarino nuclear de ataque para a região, além de acelerar o reforço naval com um grupo de porta-aviões. O secretário Lloyd Austin conversou na noite de domingo com o ministro israelense Yoav Gallant (Defesa). Segundo os relatos vazados à imprensa, o americano recebeu informações de que o ataque iraniano em estudo será de grandes proporções e pode ocorrer a qualquer momento.

A ação está sendo anunciada por Teerã há duas semanas, desde que um ataque atribuído a Israel matou o líder do grupo terrorista palestino Hamas na capital do Irã. Ismail Haniyeh participava da posse do novo presidente iraniano.

Horas antes, o principal comandante de campo da milícia libanesa Hezbollah foi morto em um bombardeio assumido por Tel Aviv na capital do Líbano, Beirute. Ambos os grupos são aliados do Irã no Eixo da Resistência, uma amálgama de entes regionais contrários a Israel e os EUA.

Desde então, há grande debate acerca da natureza da retaliação iraniana. Com o regime em um momento de fraqueza política, tendo visto eleito um nome favorável a acomodações com o Ocidente e sob intensa pressão social doméstica, não se sabe se o país optará por tentar galvanizar apoio doméstico arriscando uma guerra regional.

Quando decidiu atacar diretamente Israel pela primeira vez na história, em abril, o Irã lançou centenas de foguetes e drones, mas a grande maioria foi abatida não só pelas defesas locais, mas também por aliados como EUA, Reino Unido e Jordânia. Outros países árabes, como o reino saudita e os Emirados, já disseram que não vão permitir violação de seus espaços aéreos agora.

Isso coloca qualquer ação iraniana sob o risco adicional de ser um fracasso. E abrir a possibilidade de uma tréplica de Tel Aviv mais dura, provavelmente contra as instalações de seu programa nuclear, o mais valioso ativo da teocracia. Em abril, a retaliação israelense foi apenas sinalizar que o centro das atividades, Isfahan, estava ao alcance de suas armas.

Por: Igor Gielow (Folhapress)