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Sanções aos venezuelanos

Por Fernanda Perrin (Folhapress)

Os EUA anunciaram a imposição de sanções contra 16 integrantes do regime de Nicolás Maduro, entre eles juízes da Suprema Corte da Venezuela e membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Com a medida, os americanos mostram que seguem optando por ações individuais, evitando mirar o setor petrolífero do país sul-americano - no qual a Chevron opera, após autorização dada por Biden. O regime Maduro rejeitou as medidas de Washington, chamando-as de "novo crime de agressão".

"A Venezuela rejeita, nos termos mais enérgicos, o novo crime de agressão cometido pelo governo dos Estados Unidos da América contra a Venezuela [...] em um ato grosseiro, que busca se congraçar com uma classe política que lançou mão de práticas fascistas e violentas para derrubar, sem sucesso, a democracia bolivariana", disse a chancelaria de Caracas em comunicado.

O objetivo das sanções é aumentar a pressão para que Maduro aceite uma transição pacífica de poder para a oposição, que Washington aponta como vencedora na contestada eleição realizada em 28 de julho. Em condição de anonimato, diplomatas americanos afirmam que a maior dificuldade até agora para uma solução negociada para a crise política no país é que o regime venezuelano não está respondendo às abordagens internacionais.

O plano é seguir usando instrumentos diplomáticos e foros multilaterais, como a ONU e a OEA, para pressionar a ditadura.

"O Departamento do Tesouro está mirando em autoridades-chave envolvidas nas alegações fraudulentas e ilegítimas de vitória de Maduro e sua repressão brutal à livre expressão após a eleição, enquanto a esmagadora maioria dos venezuelanos clama por mudança", disse o vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo, em nota.

Questionados da ausência de sanções econômicas mais abrangentes, direcionadas ao setor petrolífero venezuelano -base da economia do país-, altos funcionários afirmam que as medidas estão sendo "calibradas conforme a situação em campo e os interesses nacionais dos EUA".

No cálculo do governo Biden está a Chevron, empresa que obteve autorização para fechar parcerias com a estatal petrolífera venezuelana. Os negócios da Chevron correspondem a 20% das exportações de petróleo bruto e 31% das receitas totais do regime Nicolás Maduro.