Depois de um longo impasse, a possibilidade do estabelecimento de um cessar-fogo entre Israel e o grupo libanês Hezbollah deu sinais de avanço nesta segunda (25). Quatro funcionários do governo do Líbano disseram à agência de notícias Reuters que a expectativa é de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu homólogo da França, Emmanuel Macron, anunciem um acordo nas próximas 36 horas.
Antes, um funcionário do alto escalão do governo israelense tinha afirmado ao mesmo veículo que os ministros do país devem se reunir nesta terça-feira (26) para aprová-lo.
Washington, Paris e Tel Aviv não responderam a pedidos de comentário da imprensa.
Elias Bou Saab, vice-presidente do Parlamento libanês, confirmou o progresso, no entanto, e disse que "não há grandes obstáculos" ao cessar-fogo, "a menos que" o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, "mude de ideia".
Segundo o político, o fator que rompeu o impasse foi a decisão de criar um comitê de cinco países para monitorar o cumprimento do cessar-fogo, a ser presidido pelos EUA e integrado pela França. Antes, a responsabilidade pela fiscalização do acordo era um ponto de desavença.
Saab afirmou que a proposta negociada, formulada pelos americanos, envolve a retirada do Exército israelense do sul do Líbano, um reduto do Hezbollah, e o envio de tropas regulares libanesas para lá. O cessar-fogo teria duração de 60 dias.
Um diplomata com conhecimento das negociações disse que ainda há outros obstáculos, no entanto, como o retorno dos deslocados do sul do Líbano para as suas casas. Cerca de um milhão de pessoas foram forçadas a deixar seus lares em meio à escalada do conflito entre a milícia libanesa, aliada do grupo terrorista Hamas, e o Estado judeu, em setembro.
Além disso, Netanyahu corre o risco de enfrentar uma oposição interna ao plano por parte da sua coalizão de ultradireita. Itamar Ben-Gvir, seu radical ministro da Segurança Nacional, exortou o premiê a "continuar até a vitória absoluta" em uma mensagem no X na qual também afirmava que "não é tarde demais para impedir este acordo", por exemplo.
A ONU reiterou seu apelo ao plano pelo cessar-fogo nesta segunda-feira (25).