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Tregua entre Israel e Hamas

Depois de mais de um ano de impasses, um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas parece estar em vias de se concretizar nesta segunda-feira (13). Os negociadores descrevem um avanço significativo das conversas na madrugada.

Alguns veículos de imprensa disseram inclusive que um rascunho do acordo final já tinha sido enviado às partes — já aprovado por Tel Aviv e pelo grupo terrorista, de acordo com a emissora israelense Canal 12 e o portal Al-Arabiya, respectivamente.

A informação tinha sido negada pelo chanceler israelense, Gideon Saar, horas antes. "Israel realmente quer liberar os reféns e trabalha duro para alcançar um acordo", disse ele em meio a uma série de relatos anônimos contraditórios.

O Hamas tampouco confirmou o relato oficialmente, dizendo em comunicado apenas que a liberdade de seus prisioneiros estava próxima — um potencial tratado envolveria, além do fim dos enfrentamentos, a libertação de centenas de palestinos que Tel Aviv mantém em suas prisões, incluindo de réus condenados por terrorismo.

Em troca, a facção palestina soltaria os reféns que sequestrou no mega-ataque que foi o gatilho desta guerra e que continuam sob sua posse. Ainda de acordo com o Canal 12, os 34 sobreviventes que tiveram seus nomes incluídos em uma lista publicada na semana passada seriam libertados na primeira fase do acordo.

O anúncio desta segunda sucede 14 meses em que avanços nas negociações eram noticiados apenas para serem desmentidos momentos depois. Israel e Hamas se culpavam mutuamente pelo impasse, este exigindo a retirada total das tropas israelenses do território palestino, aquele se negando a fazer isso antes de desmantelar totalmente o grupo terrorista — objetivo considerado por muitos irreal.

Um fator leva a crer que desta vez o acordo sairá do papel, no entanto — a iminência da posse de Donald Trump nos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 20. A data é considerada um prazo para as negociações na prática, em especial desde que o presidente eleito disse que os terroristas "pagariam caro" se os reféns ainda mantidos em cativeiro não fossem libertados antes de ele assumir a Casa Branca. "Os responsáveis serão atingidos de forma mais dura do que qualquer um na longa e lendária história dos EUA", escreveu ele na sua plataforma Truth Social.

Por Clara Balbi (Folhapress)