Trump e a Guerra da Ucrânia

Novo presidente dos EUA pode fazer papel de mediador do conflito

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ter um papel fundamental para mediar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia logo após a posse, no dia 20 de janeiro, e está comprometido em encontrar uma solução rápida para conquistar esse objetivo. É o que diz Andrii Iermak, chefe de gabinete do governo ucraniano.

Ele, porém, disse que a Ucrânia não aceitará perder regiões em acordo de paz, pois tal medida violaria a soberania do país e a lei internacional, apesar de o presidente Volodimir Zelenski mencionar, em dezembro, a possibilidade de renunciar temporariamente a territórios ocupados pela Rússia em troca de um convite para aderir à Otan, aliança militar ocidental que apoia Kiev no conflito.

O Brasil não foi esquecido no contexto da guerra. Iermak deu a entender que o país perdeu a chance de ser um dos mediadores do conflito contra a Rússia quando ignorou Zelenski e não lhe enviou um convite para a cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em novembro do ano passado. Vladimir Putin foi convidado mas, alvo de um mandado de prisão internacional, anunciou que não viria ao Brasil.

Em um recado direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Iermak reclamou da falta de posicionamento do Brasil em relação ao conflito, disse que o relacionamento com o país "não está como gostaríamos", mas declarou estar de "coração aberto" para uma aproximação.

Sem esquecer de mencionar o inimigo, o chefe de gabinete da Ucrânia fez duras críticas a Putin, chamando-o de "agressor e ditador". Ele disse que a Rússia não respeita as leis internacionais e que o presidente russo, ao iniciar a guerra contra a Ucrânia, "cometeu um crime".

Para Iermak, caso a Rússia continue impune, inclusive nas questões de armamento nuclear, poderá abrir precedentes para futuras agressões em outras partes do mundo, inclusive no Brasil, devido ao comportamento expansionista de Putin.

Ele pediu especificamente o apoio do Brasil na ação, afirmando que a voz do país é crucial para ajudar a mediar o processo e para pressionar a Rússia a devolver cerca de 20 mil jovens de 2 a 17 anos. "A liderança brasileira pode impactar não só a Ucrânia, mas também a luta pela democracia e direitos humanos."

Por Tatiana Cavalcanti (Folhapress)