Yeol justifica lei marcial na Coreia do Sul
Uma carta do presidente afastado da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol foi publicada na sua página no Facebook nesta quarta-feira (15), horas depois de o líder ser preso para interrogatório.
Nela, Yoon faz um elogio ao próprio governo e defende a declaração de lei marcial que motivou seu impeachment. Segundo ele, a medida — um autogolpe que buscava suspender os direitos políticos no país — foi uma "escolha difícil" que tinha como objetivo "proteger a soberania e restaurar a ordem".
"Foi uma resposta necessária para garantir que nossa democracia e o governo funcionassem adequadamente durante este período turbulento", afirma o líder no texto, acrescentando que a atuação dos militares após o decreto "foi limitada e precisa" e não violou princípios constitucionais.
"Muitos dizem que fui tolo por não ceder ou buscar o caminho mais fácil", prossegue. "Embora críticas à minha ação sejam válidas, é importante entender que, quando a integridade da nação e a estabilidade política estão em jogo, precisamos agir com firmeza."
A prisão de Yoon nesta quarta se deu no âmbito de uma ação paralela, no entanto. Chefiada pelo gabinete anticorrupção do país, ela investiga se ele cometeu insurreição ao declarar lei marcial. O crime é um dos poucos contra os quais um presidente sul-coreano não tem imunidade e pode levá-lo a ser condenado à prisão perpétua ou mesmo pena de morte, embora o país não execute ninguém desde 1997.
O presidente afastado deveria ter prestado depoimento, mas ficou em silêncio e não respondeu aos investigadores ao ser levado a seu escritório.