Yeol se recusa a depor na Coreia do Sul
Detido para interrogatório no âmbito de uma investigação por insurreição na quarta-feira (15), o presidente destituído da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol recusou-se novamente a prestar depoimento nesta quinta (16), disse seu advogado. A saúde do líder foi o fator usado para justificar sua ausência.
A resistência de Yoon dificulta a apuração que busca determinar se ele cometeu o crime ao declarar lei marcial no país, em dezembro passado. A infração é uma das poucos contra as quais um presidente sul-coreano não tem imunidade, e pode levar a uma sentença de prisão perpétua ou mesmo pena de morte.
As autoridades a princípio teriam 48 horas para interrogá-lo, mas a contagem foi pausada depois que a defesa do presidente afastado pediu para avaliar a legalidade de sua detenção. Uma vez que o prazo for retomado e chegar ao seu fim, o líder precisa ser solto, ou as forças de segurança precisarão obter um mandado de prisão de até 20 dias.
Yoon tampouco compareceu à audiência do Tribunal Constitucional que o julga em um processo paralelo, relativo à pertinência de seu impeachment pelo Congresso.
Sua ausência não comprometeu a sessão. No entanto, ele foi representado por seus advogados, que disseram que o afastamento não tinha como objetivo defender a Constituição como dizem os deputados, e sim "usar o poder da maioria [...] para usurpar a posição do presidente".
Yoon mergulhou a Coreia do Sul em sua pior crise política em décadas ao suspender a ordem civil e enviar soldados para a Assembleia Nacional em 3 de dezembro. Os deputados conseguiram, porém, se reunir naquela mesma noite para derrubar a medida. Dias depois, aprovaram o impeachment do presidente.