Por Salvador Nogueira (Folhapress)
Partiu na quarta (26) a IM-2, segunda missão robótica privada da empresa americana Intuitive Machines à Lua. Lançada ao espaço por um foguete Falcon 9, da SpaceX, ela tem por objetivo demonstrar que a startup de Houston não teve sorte de principiante ao se tornar a primeira da história a conduzir um pouso suave lunar.
Os próximos dias também colocarão em teste a estratégia da Nasa, agência espacial americana, de apostar em parceiros comerciais para o transporte de cargas úteis até a Lua.
Até agora, foram três os lançamentos -o primeiro da Astrobotic, de Pittsburgh, fracassou ainda no trajeto para a Lua, por um vazamento de combustível, após um lançamento em 8 de janeiro do ano passado. O segundo, da Intuitive Machines, viu o módulo de pouso Odysseus subir ao espaço em 15 de fevereiro e realizar sua histórica alunissagem, pouco mais de sete dias depois, em 22 de fevereiro.
O terceiro lançamento de uma missão privada americana à Lua aconteceu mais recentemente, em 15 de janeiro deste ano, promovido pela empresa Firefly Aerospace, de Cedar Park (Texas). A espaçonave já está em órbita lunar baixa e tem enviado à Terra imagens espetaculares, com uma tentativa de pouso prevista para o próximo domingo (2).
A missão IM-2, da Intuitive Machines, é a quarta da série. Depois de deixar a plataforma 39A do Centro Espacial Kennedy, da Nasa, às 21h17 (de Brasília) desta quarta, o módulo Athena (apelidado de Addie) já segue numa rota translunar e deve entrar em órbita do satélite natural para realizar uma tentativa de pouso na quinta-feira da semana que vem (6).
A essa altura, a taxa de sucesso das missões comerciais financiadas pela Nasa está em 50%. Ao final da semana que vem, pode ter escalado para 75% (já superando a média das missões robóticas lunares conduzidas desde o início da exploração espacial, a começar pela soviética Luna-1, em 1959, que é pouco mais de 50%), confirmando a ideia de que é possível realizar exploração lunar não tripulada com baixo custo e parcerias público-privadas.
Se tudo der errado, a taxa de sucesso pode mergulhar para modestos 25%, além de tudo temperados pelo desempenho do Odysseus, o primeiro módulo da Intuitive Machines.