Iniciado no último mês de dezembro, o fenômeno climático La Niña -que favorece a ocorrência de chuvas e de temperaturas mais baixas em várias partes do planeta, inclusive no Brasil- deve ser de curta duração, indicou a mais recente avaliação da OMM (Organização Meteorológica Mundial), vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas).
Segundo a entidade, há 60% de probabilidade de que as condições de temperatura do Pacífico Equatorial voltem a ser neutras -sem La Niña ou seu oposto, o El Niño- já durante o período entre março e maio.
A probabilidade de neutralidade das condições aumenta para 70% no período entre abril e junho.
Antes mesmo da confirmação da ocorrência da atual temporada de La Niña, os cientistas da OMM e de outras instituições já vinham alertando que havia sinais de que ela não duraria por muito tempo.
"As previsões sazonais para El Niño e La Niña e os impactos associados nos padrões climáticos e meteorológicos globais são uma ferramenta importante para alertas precoces e ações antecipadas", disse, em nota, a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, Celeste Saulo.
A líder da OMM destacou a importância econômica e social desse tipo de investigação climática. "Essas previsões se traduzem em milhões de dólares em economia para setores-chave, como agricultura, energia e transporte, além de terem salvado milhares de vidas ao longo dos anos, permitindo a preparação para riscos de desastres."
O boletim da Organização Meteorológica Mundial indica ainda que a possibilidade de desenvolvimento de El Niño é "insignificante durante o período de previsão", que vai de março a junho. Os pesquisadores ressaltam, contudo, que há uma incerteza maior nas previsões de longo prazo feitas agora, por conta também de alterações sazonais já esperadas.
Por Giuliana Miranda (Folhapress)