Presidente dos EUA, Donald Trump ordenou bombardeios contra os rebeldes houthis no Iêmen, alinhados ao Irã, no sábado (15). Em uma publicação na rede Truth Social, o mandatário escreveu que a ofensiva foi uma resposta aos ataques do grupo contra embarcações no mar Vermelho. Trump ameaçou novas "ofensivas contundentes" caso os houthis não abandonem as ações militares na região. "O inferno cairá sobre vocês", publicou.
O presidente ainda afirmou que o Irã, principal apoiador dos houthis, precisa interromper o apoio ao grupo de forma imediata. E disse que, se Teerã ameaçar os EUA, "a América os responsabilizaria completamente."
Os ataques são a maior operação militar dos EUA na volta de Trump ao cargo. Também ocorrem enquanto o país aumenta a pressão com sanções a Teerã, tentando levar o regime iraniano à mesa de negociações para interromper seu programa nuclear.
Pelo menos nove civis foram mortos, e outros nove ficaram feridos nas ofensivas que atingiram a região de Sanaa, no Iêmen, segundo o Ministério da Saúde, controlado pelos houthis.
Moradores de Sanaa disseram que os ataques atingiram um prédio em uma área controlada pelo grupo rebelde. "As explosões foram violentas e abalaram o bairro como um terremoto", disse à agência de notícias Reuters Abdullah Yahia, um dos moradores da região.
Desde novembro de 2023, os houthis fizeram mais de cem ataques contra embarcações no mar Vermelho. Eles afirmam agir em solidariedade aos palestinos devido à guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Outros aliados do Irã, caso do Hamas em Gaza e do Hezbollah no Líbano, foram severamente enfraquecidos por Israel desde o início do conflito, em outubro de 2023. Na Síria, o ditador Bashar al-Assad, que era próximo de Teerã, foi deposto por rebeldes em dezembro passado.
Os houthis no Iêmen permaneceram resilientes, contudo. O grupo foi responsável por afundar dois navios, sequestrar outro e matar pelo menos quatro marinheiros em ataques que causaram grandes impactos no transporte marítimo global, forçando empresas a redirecionar rotas, o que encareceu o processo.
Autoridades dos EUA, em anonimato, disseram que Trump autorizou uma abordagem mais agressiva. Os ataques ocorreram dias após carta de Trump ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pedindo negociações sobre o programa nuclear iraniano.