O governo da Tailândia vai investigar o desabamento de um arranha-céu de 30 andares em Bangkok na sexta-feira (28), o único prédio a ruir no país após o terremoto. Um painel de especialistas foi formado neste domingo (30), segundo a Bloomberg.
Arranha-céu estava em construção e seria a nova sede do Escritório de Auditoria do Estado da Tailândia. Ele desabou em poucos minutos após o terremoto de magnitude 7,7 atingir a cidade. 12 pessoas morreram e 75 ainda estão desaparecidas, segundo a agência Reuters.
A qualidade dos materiais usados para a construção está sendo questionada. "A forma como colapsou, como se houvesse uma explosão, não é normal. A questão é: como identificar a anomalia para descobrir a causa?", disse Suchatvee Suwansawat, engenheiro civil e ex-candidato ao governo de Bangkok na eleição de 2022, à Bloomberg.
O Ministério da Indústria coletou amostras no local do desabamento para testar a qualidade do material. Paralelamente, o Ministro do Interior da Tailândia formou um painel de especialistas para as investigações. Eles deverão apresentar um relatório ao governo em sete dias.
O contrato para a construção era de 2,14 bilhões de baht (R$ 363,8 milhões). O consórcio responsável, ITD-CREC, venceu a licitação em 2020. Ele é formado pelas empresas Italian-Thai Development Pcl e China Railway Number 10 Thailand Co.
As empresas ainda não deram explicações sobre o colapso. A Italian-Thai afirmou estar comprometida em "tomar medidas corretivas para restaurar a normalidade o mais rápido possível".
A Italian-Thai é uma das maiores construtoras da Tailândia e enfrentou dificuldades financeiras no ano passado. No início deste mês, a empresa também foi criticada após uma rodovia em construção desabar em Bangkok, matando seis pessoas.
Por Mariana Durães e Rafael Leite (Folhapress)