AMEAÇA MILITAR
O ministro das Relações Exteriores do Irã demandou que o presidente dos EUA, Donald Trump, descartasse a ameaça militar antes das negociações sobre o programa nuclear iraniano, afirmando que Teerã não cederia sob coerção.
Em um artigo de opinião publicado no jornal The Washington Post, o principal diplomata do Irã, Abbas Araghchi, grifou a palavra "indireta" ao se referir às negociações entre os dois países prevista para ocorrer em Omã, a partir do próximo sábado (12). Algumas horas depois, a Casa Branca reafirmou sua posição de que as conversas ocorrerão de forma direta, ou seja, sem mediação do Omã ou outro país. Os dois lados disputam a forma como os diálogos irão ocorrer desde que o governo abriu uma porta ao diálogo com Teerã ao mesmo tempo em que ameaçou bombardear o país por sua aliança com os houthis no Iêmen. O regime persa também critica a tentativa de diálogo em meio a sanções.
No artigo no Washington Post, Araghchi também reforçou a informação publicada na imprensa estatal iraniana de que a porta sempre estaria aberta para um possível acordo, desde que Washington demonstre boa vontade.
Antes das negociações que os dois países iniciarão no fim de semana em Omã, Araghchi alertou contra um possível ataque militar contra o Irã, uma medida que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, considerou inevitável nesta terça-feira, caso os diálogos entre Washington e Teerã fracassem.
"Para avançarmos hoje, devemos primeiro concordar que não pode haver nenhuma 'opção militar', muito menos uma 'solução militar'", escreveu Araghchi.