Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva era criticado pela ausência, o vice-presidente Geraldo Alckmin visitou neste domingo (10) as regiões do Rio do Grande do Sul atingidas pelo ciclone extratropical que já vitimou, até o momento, 41 pessoas e deixou mais de cinco mil desabrigadas. Em viagem à Índia, onde participa da reunião do G-20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, Lula foi criticado por não ter ido antes ao sul do país. Coube a Alckmin, presidente em exercício, reverter essa situação com a visita, antecipada na sexta-feira por uma reunião com seis ministros. Alckmin chegou ao estado pela manhã, sendo recebido pelo governador Eduardo Leite (PSDB).
Na reunião, o governo federal decidiu que repassará ao Rio Grande do Sul R$ 800 por pessoa desabrigada pelo fenômeno ambiental e meteorológico. Além dos 41 mortos contabilizados até sexta-feira (8), havia 46 desaparecidos.
Na reunião na sexta-feira, foi montado um grupo de crise para atender às necessidades das regiões atingidas, que ao todo somam 82 municípios, onde 79 dessas cidades tiveram situação de calamidade pública reconhecida pelo governo federal.
Alckmin ocupa a Presidência da República enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está fora do Brasil em viagem à Índia para a reunião do G20. Assim como na reunião, seis pastas do governo - que já estão mobilizadas em caráter emergencial - acompanham o presidente interino na viagem, junto ao secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, para estabelecer planos de auxílio aos afetados e tentar identificar medidas para amenizar o desastre.
São as pastas da Secretaria de Comunicação, da Defesa, da Saúde, da Integração e Desenvolvimento Regional, do Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário.
“A coordenação será conjunta entre o Comando das Forças Armadas e o Comando Militar do Sul. Estamos levantando todas as necessidades e o governador Eduardo Leite também está enviando as demandas”, declarou Alckmin.
Recursos
Os R$ 800 serão disponibilizados por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e repassados aos municípios que farão o pagamento para cada pessoa desabrigada em duas parcelas iguais. Além disso, o Ministério da Saúde enviou dez kits de medicamentos, seringas e soros para as regiões, cada um dos kits pode auxiliar 1,5 mil pessoas durante um mês. A pasta também reforçou os estoques de vacinas das cidades.
Segundo a pasta da defesa, foram coordenados 642 militares, oito aeronaves, dez embarcações e 50 veículos para apoiar a Defesa Civil do estado.
Críticas da oposição
A reunião ocorreu após várias críticas ao presidente Lula, que viajou ainda no feriado 7 de setembro, após o simbólico desfile, e não visitou o estado gaúcho quando o forte ciclone o atingiu.
Questionado sobre o assunto, Alckmin culpabilizou a agenda de Lula. “O presidente teve o 7 de Setembro, não teve como sair. No dia anterior, teve uma indisposição e não pode ir. Mas estamos fazendo o que for necessário”, disse.
