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Voz ativa do Brasil na diplomacia das vacinas

País se afastou do papel de liderança que exercia antes | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Nos últimos anos, a opção geopolítica de afastar o Brasil de fóruns multilaterais, a queda nas coberturas vacinais e até a propagação de desinformação retiraram o protagonismo do país no campo das imunizações. A avaliação é de pesquisadores que discutiram o tema na Jornada Nacional de Imunizações, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Recuperar essa voz ativa é um objetivo visto como prioritário pelo Ministério da Saúde, e especialistas apontam o país como um importante líder regional e um ator capaz de promover a "diplomacia das vacinas" - a negociação permanente pela ampliação do acesso global a imunizantes.

Integrante do grupo consultivo sobre vacinas da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), Cristiana Toscano afirma que o Brasil tem uma experiência reconhecida na área, mas os últimos anos foram marcados por "um susto" quando se falava do país.

"Globalmente, o Brasil é visto como um país muito importante, porque tem uma liderança regional, um histórico e uma experiência na imunização que são reconhecidos. Mas também há quase um susto. 'O que está acontecendo com o Brasil?', e não é de agora, vem acontecendo ao longo dos anos", conta a pesquisadora, que participa do monitoramento da Agenda de Imunizações 2030, que pretende salvar 50 milhões de vidas em todo o mundo com o avanço da vacinação.

A agenda foi pactuada em 2019 e tem tido dificuldade de avançar em objetivos como reduzir pela metade o número de crianças "zero dose" - aquelas que nunca receberam qualquer tipo de imunizante.

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