Brasil no Conselho de Segurança da ONU

Ministro das Relações Exteriores presidirá uma audiência sobre mediação de conflitos dia 20

Por

Brasil ficará na chefia do Conselho de Segurança da ONU pelo período de um mês

O Brasil assumiu no domingo (1º), pelo período de um mês, a presidência do Conselho de Segurança da ONU. Entre os temas que o país vai defender, o principal é a importância das instituições bilaterais, regionais e multilaterais para prevenir, resolver e mediar conflitos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, presidirá uma audiência sobre essa questão no dia 20 de outubro.

"Vamos trazer este mês a ideia de que o Conselho de Segurança deveria tratar mais amplamente dos instrumentos que as Nações Unidas, os países e as organizações regionais têm para prevenir os conflitos e não só tratar deles depois que ocorrem. Um reforço da diplomacia bilateral, regional e multilateral para prevenir a eclosão de conflitos", explicou o secretário de Assuntos Multilaterais e Políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey. Como exemplo, ele citou o tratado de Tlatelolco, firmado em 1967 pelos 33 países da América Latina e Caribe, para garantir a não proliferação de armas nucleares na região.

Segundo o diplomata, outros temas serão abordados ao longo do mês na presidência brasileira do Conselho de Segurança: a possível missão de apoio às forças de segurança do Haiti; a manutenção da missão da ONU que supervisiona as negociações de paz na Colômbia; e, possivelmente, questões relativas à guerra da Ucrânia.

O presidente Lula defende a reforma de instituições de governança global e reivindica assentos permanentes para Brasil, África do Sul e Índia no Conselho. Para ele, entidades internacionais mais representativas podem impor punição aos países que não cumprirem seus compromissos em questões climáticas e impulsionar o combate às desigualdades no mundo.

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, no dia 19/9, Lula afirmou que o princípio do multilateralismo global vem sendo corroído e que o órgão de segurança da ONU "vem perdendo progressivamente sua credibilidade".