Bolsonaro e a multiplicação de eleitores presidiários

Ex-presidente afirmou em rede social que 'que os "750 mil detentos" presos do país "representavam" quatro milhões de votos para a esquerda'

Por Fernando Molica

A eleição municipal de São Paulo deve provocar os próximos atritos do turbulento ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele quer impor um vice que pode tirar o atual prefeito, que apoia, do segundo turno.

Fiel à sua tradição de fazer com que números deem cambalhotas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levou troco do humorista Marcelo Adnet depois de, no X (ex-Twitter), afirmar que os "750 mil detentos" presos do país "representavam" quatro milhões de votos para a esquerda. Adnet lembrou que apenas 12 mil presos estavam aptos a votar em 2022.

Em detalhes: ano passado, o Brasil tinha 832.295 presos; destes, 210.687 poderiam, em tese, votar, já que não estavam condenados de maneira definitiva. Mas só 5,25% deles, 12.154, foram inscritos em seções eleitorais em cadeias (o número também inclui mesários e funcionários de presídios).