Por: Mayariane Castro

Orgulho de Pessoas com Deficiência

Pedro Avelar, co-fundador da Parada PCD. Ao fundo, Luana Cavalcante, ativista PCD presente na sessão | Foto: Franci Moraes/Agência CLDF

Por Mayariane Castro

Ocorreu na manhã de terça-feira (28) sessão solene do Orgulho de Pessoas com Deficiência (PCD) no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O evento recebeu representantes do movimento e ativistas da causa e também os idealizadores da Parada PCD, que aconteceu em Brasília no domingo (26). O autor da homenagem, deputado Fábio Félix (PSOL), destacou a importância da educação inclusiva com distribuição de cartilha para o público.

Felix, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da CLDF, abriu a sessão e destacou a importância do acolhimento nos ambientes escolares. Para ele, diretrizes de inclusão e diversidade devem estar presentes nas políticas públicas educacionais do Distrito Federal. Além disso, o deputado informou sobre as movimentações para criação de um Projeto de Lei para a Parada PCD ser incluída no Calendário Oficial de Eventos do DF.

"A diversidade humana tem diferentes camadas e hoje, infelizmente, a educação não é inclusiva. Isso se dá pela falta de instrumentos e ferramentas de diferentes dimensões. Educadores sociais voluntários recebem R$ 30 por dia apenas. É quase uma marmita pra trabalhar com uma complexidade que não tem amparo e apoio do governo. Quando não há instrumentos dentro da política pública proposta, há um direito negado para aquela pessoa ou aquele grupo", disse o parlamentar.

Presenças

A bancada especial da Sessão Solene contou com a presença de quatro pessoas além do deputado. Estavam presentes a pedagoga Luana Cavalcante, ativista pelos direitos PCD; Júlia Piccolomini, uma das idealizadoras da Parada PCD; Pedro Avelar, co-produtor da Parada PCD, e Marcelo Zig, fundador do quilombo PCD de Luta Antirracista e Anticapacitista.

Luana Cavalcante contou sobre sua trajetória nas escolas, permeada por agressões e violências, ao defender a necessidade de uma "reforma na educação brasileira a fim de abolir o sistema aprisionador". Pedro Avelar também relatou sobre vivências pessoais sobre falta de inclusão na escola que estudou.

"Eu me considero um sobrevivente da escola. Eu fui o tipo de aluno que os professores diziam que não tinha jeito, que não tinha o que fazer, que não tinha salvação. Eu saí da escola me sentindo burro, sem capacidade e com uma autoestima muito baixa. Isso só fui mudar quando eu comecei minha carreira profissional e pude mudar minha própria percepção", disse Pedro.

A sessão também contou com moções de louvor da CLDF para algumas pessoas importantes para a luta PCD no Distrito Federal, como o coreógrafo Lee Brandão e o paratleta Matheus Moreira.