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Brasil busca certificado de eliminação do sarampo

O Ministério da Saúde espera que o Brasil retome a certificação internacional de país livre do sarampo no segundo semestre deste ano, afirmou à reportagem Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, vinculado à pasta.

Na última quarta-feira (5), o órgão comemorou dois anos sem casos autóctones (com transmissão em território nacional) de sarampo. A marca aproxima o Brasil da certificação concedida pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O país havia obtido o título em 2016, mas o perdeu três anos depois, em decorrência do fluxo migratório de países como a Venezuela e da queda das taxas de cobertura vacinal.

A cobertura da primeira dose da tríplice viral que oferece proteção contra o sarampo, a caxumba e a rubéola caiu de 95% em 2016 para 93% em 2019. Ela continuou a degringolar, batendo 75% em 2021. A meta é 95%.

De zero, em 2016, os casos de sarampo saltaram para 20.901 em 2019. Desde então, os números cederam. Em 2022, foram 41 os casos confirmados. O último foi registrado naquele mesmo ano.

A cobertura vacinal também voltou a aumentar. De 81%, em 2022, ela passou para 87% em 2023, mas continua aquém da meta. Os dados do ano passado ainda são preliminares.

Temos o desafio de recuperar as coberturas vacinais para proteger a nossa população. Apesar de não termos transmissão autóctone de sarampo no país há dois anos, o cenário internacional é muito ruim

diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações

"Temos o desafio de recuperar as coberturas vacinais para proteger a nossa população. Apesar de não termos transmissão autóctone de sarampo no país há dois anos, o cenário internacional é muito ruim", disse Eder Gatti.

No último mês de maio, o braço europeu da OMS emitiu um comunicado no qual alerta para o aumento do número de casos na região.

De acordo com a entidade, nos primeiros três meses de 2024, 56.634 casos de sarampo foram oficialmente reportados na área. Ao longo de 2023, foram 61.070. Um total de 151 casos foram confirmados nos Estados Unidos em 2024, conforme dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), mais que o dobro do reportado em 2023, 58 casos.

Por: Arthur Guimarães (Folhapress)