Por:

Óbitos por AVC em relação ao IAM

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral ou Isquemia, é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. É uma doença que ocorre pela morte de células do cérebro devido à interrupção do fluxo sanguíneo dentro do vaso (AVC isquêmico) ou pelo rompimento deste vaso (AVC hemorrágico). Já o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a diminuição ou interrupção da passagem de sangue para o coração, de forma súbita, na maioria das vezes causado por acúmulo de placas de gordura dentro das artérias coronárias ou por formação de coágulos.

Ambas as doenças acometem centenas de milhares de brasileiros e são, em sua maioria, causadas em pessoas com antecedentes familiares de diabetes, pessoas com hipertensão arterial, aterosclerose, doenças cardíacas, obesidade, fumantes, alcoólatras e sedentários. Com base em uma pesquisa desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, com dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil, é possível verificar que o número de mortes por AVC ultrapassou o número de mortes por IAM, no período de 2019 à junho de 2024.

O estudo revelou um aumento anual significativo, com destaque para o ano de 2020, quando os registros de óbito por AVC alcançaram 105.894, enquanto os por infarto chegaram a 97.779, apresentando um percentual superior aos demais períodos. Um dado alarmante foi observado em 2024: a diferença entre os óbitos por infarto e AVC, com dados coletados até junho, atingiu 8,78%, tornando o infarto a menor causa de morte em comparação com o AVC.

De acordo com o presidente da Sociedade, Dr. Armando Lobato, os dados refletem uma realidade preocupante. "Com essa avaliação conseguimos definir que um dos pontos principais para o aumento de mortes por AVC, se dá ao fato do alto número de doenças não controladas antecipadamente, dificuldade de acesso à serviços de saúde e falta de políticas públicas do governo para prevenção da doença", afirma.

"Prevenir o AVC é mais fácil do que parece, os passos primordiais são cuidar da pressão arterial, manter uma dieta saudável, controlar as diabetes, fazer exercícios regularmente, parar de fumar, diminuir o consumo do álcool, tratar doenças cardíacas, controlar o colesterol, manter um peso saudável e evitar estresse. Identificar os sintomas com antecedência também pode auxiliar no diagnóstico e tratamento precoce, salvando vidas e reduzindo as sequelas", completa Lobato.