Apoio e inclusão de pessoas autistas

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O mês de abril, conhecido como Abril Azul, é dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mais do que um símbolo, é um chamado à empatia, respeito e ação.

Apesar dos dados promissores de estudos recentes, os cientistas alertam: os resultados são observacionais, ou seja, não provam uma relação de causa e efeito. Ainda assim, reforçam a importância de hábitos alimentares saudáveis na gravidez como um dos possíveis fatores protetores.

"A alimentação da gestante influencia diretamente na formação neurológica do bebê. Vitaminas, minerais, antioxidantes e ácidos graxos essenciais, como o ômega-3, participam de processos fundamentais no desenvolvimento cerebral", explica a ginecologista e obstetra Dra. Juliana Bagi.

Ela ressalta, no entanto, que o autismo é uma condição multifatorial, com grande carga genética envolvida. "A dieta não é o único fator. Infecções na gestação, uso de medicamentos, exposição a toxinas e até o estresse crônico também podem influenciar", destaca.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta a comunicação e a interação social, podendo ser identificado já nos primeiros anos de vida. A pediatra neonatologista Renata Castro enfatiza: "A observação atenta dos pais e cuidadores é fundamental para a detecção precoce dos sinais do autismo em bebês de um ano."

"Entre os sinais de alerta estão a ausência de resposta ao ser chamado pelo nome, falta de contato visual, desinteresse por interações sociais e atraso no desenvolvimento da linguagem. Bebês com TEA podem não reagir a sons, não emitir sons para chamar atenção, apresentar poucas expressões faciais, recusar contato físico como abraços e beijos, e não responder quando chamados", explica Renata.

A geneticista Fernanda Ayala, especialista em doenças raras de origem genética, reforça: "O autismo é um transtorno multifatorial, mas em alguns casos há envolvimento genético. E, em muitos deles, podemos identificar mutações específicas que ajudam no diagnóstico e no acompanhamento clínico."

"Além de heranças familiares, mutações novas (de novo) também podem causar alterações em genes que afetam o funcionamento do sistema nervoso central", explica a Dra. Fernanda. Em algumas famílias, mais de um membro pode apresentar o espectro — o que reforça a importância do mapeamento genético em casos suspeitos.

Para a neuropsicóloga Dra. Nathalie Gudayol, esse é um momento estratégico para desmistificar o autismo e convidar a sociedade a refletir com base em ciência e sensibilidade.