A senadora Leila Barros (PDT-DF) e o senador Jorge Kajuru (PSB-DF) tentam impedir o aumento das passagens das linhas de ônibus que ligam o entorno ao Distrito Federal (DF). Conforme anunciado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com o reajuste de 8,56%, a passagem pode atingir R$ 11. A previsão é de que a medida afete 175 mil passageiros, que se deslocam entre as duas regiões diariamente.
O pedido dos parlamentares foi formalizado junto à ANTT na sexta-feira (23). A agência, que, entre outras funções, regula e fiscaliza o transporte público no país, citou o aumento nos preços de combustíveis e óleo lubrificante como justificativa do reajuste. A entidade lembrou ainda que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou com alta de 4,621% no período de janeiro a dezembro de 2023.
A ANTT também alegou que não houve as recomposições devidas em 2021 e 2022, o que iniciou uma série de problemas operacionais para as empresas que prestam o serviço de transporte.
No entanto, os senadores destacaram o interesse público e salientaram que o aumento vai prejudicar ainda mais a população, diante dos problemas de mobilidade já existentes no Distrito Federal.
Leila e Kajuru também destacaram a importância de considerar a situação econômica da população antes de implementar reajustes.
A decisão de aumento foi publicada no Diário Oficial da União. A mudança deve afetar, por exemplo, moradores de Planaltina de Goiás, Luziânia e Novo Gama, onde as tarifas podem atingir até R$ 11.
O governo do Distrito Federal devolveu a gestão do transporte interestadual à ANTT em 2022, e recentemente, em 16 de fevereiro, o Ministério dos Transportes instituiu um grupo de trabalho para propor ações de gestão no transporte coletivo entre o DF e as cidades de Goiás no entorno. Esse grupo terá representantes do governo federal e dos governos locais, com a expectativa de entregar um relatório com sugestões em até seis meses.
Os senadores solicitaram à ANTT a suspensão do reajuste pelo menos durante os 180 dias de duração do grupo de trabalho. Os senadores afirmaram que a medida proporcionaria um tempo adequado para análise. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também criticou o reajuste, que classificou como "injusto", já que não resolve os problemas estruturais.