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Sindicalizados elegem interventor no SindSaúde-DF

Além de interventor, Carvalho foi eleito presidente da Junta Governativa | Foto: Divulgação

Por Mateus Souza

O sindicalista Amarildo Carvalho foi eleito como interventor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF). A intervenção ocorre em meio a polêmicas que envolvem a presidente interina Marli Rodrigues, que é investigada por descumprir o estatuto da entidade. Em 2012, durante a gestão de Marli, 19 dirigentes aprovaram a venda de títulos de precatórios sem consultar os filiados do sindicato.

Os títulos representam o direito dos servidores de saúde ao auxílio alimentação. Como o benefício não era pago desde janeiro de 1996, os títulos já estavam avaliados em R$ 34,5 milhões. No entanto, eles foram vendidos à empresa Cia Toy Brinquedos Ltda, por R$ 9,4 milhões, sem que nenhum dos 2.435 filiados e titulares do benefício fossem consultados.

Após ser eleito, o interventor lembrou que, em 2017, os pagamentos foram feitos em quatro cheques no valor de R$ 2,3 milhões, sem determinação das contas de destino. Em 2018, um novo termo aditivo, para correção monetária, firmou o pagamento de mais 13 cheques no valor de cerca de R$ 400 mil, também sem determinação de destino.

Os servidores da Secretaria de Saúde (SES-DF) aprovaram a indicação de Amarildo durante a assembleia geral extraordinária realizada na segunda-feira (26).

Falência

Parte dos filiados entraram na justiça para ter acesso ao direito conquistado. No entanto, o valor não pode ser reavido, já que a venda dos títulos já foi concluída. Todavia, em vários desses processos, trabalhistas e civis, a justiça já determinou que o SindSaúde deve pagar valores aos servidores lesados. Além disso, a entidade também adquiriu dívidas, que ainda não são conhecidas em sua totalidade. Devido a isso, Carvalho salientou que o sindicato corre "sério risco de decretar falência", devido a sucessivas fraudes.

Além de interventor, Carvalho foi eleito presidente da Junta Governativa e terá como desafio melhorar a transparência da entidade. Como exemplo, o caso dos precatórios foi denunciado ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), por se tratar de suspeita de improbidade. Os supostos desvios de recursos da entidade também são investigados pela Polícia Civil, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), dentro da Operação Draco II.

 

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