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Secretário do DF nega que haja crise na Saúde

Por Mateus Souza

Durante a coletiva de imprensa do governo do Distrito Federal (GDF), realizada na quinta-feira (23), o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, salientou que há uma sobrecarga do sistema de saúde pública, mas que isso não se traduz em uma crise. Sobre as formas de motivar a atuação dos profissionais de saúde, que estão sobrecarregados, a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, afirmou que as ações para fazer a recomposição da força de trabalho têm sido feitas através de concursos, que, segundo ela, se convertem nos valores investidos na folha de pagamento.

Ao abordar as críticas sobre a falta de investimentos na saúde, o secretário da Casa Civil argumentou que o Distrito Federal tem investido mais do que o valor repassado pelo fundo constitucional. "O fundo constitucional arca com R$ 7,5 bilhões. Só a folha da área de saúde do Distrito Federal está em R$ 9,7 bilhões. O valor que vem do fundo constitucional hoje não é suficiente para que a gente arque com a folha de pagamento dos servidores da área da saúde", alegou Rocha.

Já a secretária Lucilene argumentou que a demanda atendida pelo Distrito Federal vem de vários locais do Brasil e, sobretudo, das cidades do entorno. Além disso, a gestão encontra dificuldades em contratar pediatras gerais.  

"Já foram feitos dois concursos, mas há uma dificuldade de provimento no Brasil. Hoje nós temos pediatras que fazem subespecialidades. Os pediatras gerais, que ficam na porta do pronto socorro, nós temos realmente uma dificuldade. A exemplo, dos 73 que foram chamados do concurso, apenas 13 tomaram posse", disse.

Ao ser questionada sobre a falta de medidas para lidar com a superlotação do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) nos períodos de sazonalidades das doenças respiratórias, Lucilene afirmou que, apesar do planejamento, o país inteiro foi pego de surpreso com o aumento dos casos.

"Nós tivemos este ano uma peculiaridade que, além da circulação do vírus sincicial respiratório, nós tivemos sars-cov, rinovírus e adenovírus. Nós tivemos quatro vírus circulantes, fora a dengue", explicou Lucilene. Ela também afirmou que as crianças, de 0 a 4 anos, que hoje necessitam de atendimento, são as mesmas que ficaram em casa durante a pandemia e não criaram uma "memória imunológica", o que as tornaram mais suscetíveis às doenças respiratórias.