Por: Mayariane Castro

Greve na UnB chega ao fim, mas futuro do semestre ainda é incerto

Estudantes confusos sobre como será volta às aulas e fim do semestre | Foto: Beatriz Ferraz/UnB

Na última quinta-feira (21), docentes da Universidade de Brasília (UnB) concordaram com o fim da greve de mais de dois meses, iniciada em 15 de abril, após aceitar proposta do governo. A medida foi decidida com votação em assembleia após a equipe da universidade avaliar o último aceno oferecido na última reunião para debate. Outras universidades acompanharam a decisão e também decretaram o fim da paralisação.

A UnB informou aos alunos por meio de comunicado oficial que as aulas paralisadas retornarão nesta quarta-feira (26). A greve não foi acatada por todos os professores da instituição e algumas turmas continuaram tendo encontros normalmente durante o período de paralisação. O campus de Ceilândia, da área da saúde, foi uma das partes que não aderiu à greve e deu continuidade ao semestre. As aulas retornam, mas muitos alunos ainda se mostram inseguros quanto ao futuro do semestre e dos seus cursos.

De volta à rotina

Para a aluna de pedagogia Leticia Valeriano, o seu futuro acadêmico está completamente incerto. “O grande problema das aulas voltarem agora neste momento é que, em primeiro lugar, não foi todo mundo que aderiu à greve. Então, alguns cursos já estão no final do semestre, enquanto outros que pararam estão no meio ou no início, ainda. E aí está um pouco confuso, porque esses professores que vão voltar agora, como é que vai ser? Vai recomeçar o semestre para todo mundo?”

Leticia explica que a própria instituição não sabe orientar os alunos sobre como o semestre irá funcionar após o fim da paralisação. A estudante se preocupa em relação ao calendário porque organizou os horários de trabalho com a grade enviada antes da greve. “Os calendários estão totalmente desiguais. Tem gente terminando o semestre, tem gente que está começando agora. Está faltando algum tipo de resposta para isso tudo. Semana que vem, alguns professores vão começar a dar aula e vão falar como é que vai ser o planejamento deles. Mas como fica o resto dos alunos?”

Ao Correio da Manhã, a UnB não respondeu os questionamentos apontados em relação ao calendário letivo da instituição.

Em relação às mudanças reivindicadas pela classe, o reajuste salarial foi acatado parcialmente pelo governo e será dividido em duas parcelas, a serem pagas a partir de 2025. Os professores queriam 3,9% de reajuste este ano; 9% em janeiro do ano que vem, e 5,16% em maio. O governo retrucou com 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio.

Também foi acordado sobre a garantia de progressão de cargo e promoção dentro dos pré-requisitos impostos pela universidade. Como medidas de melhorias na qualidade do serviço, haverá a criação de grupos de trabalho para discutir reinserção de professores aposentados no ambiente de trabalho.